Enquanto o planeta arde em fogo, com incêndios florestais na Europa, Estados Unidos, Canadá, nas regiões mais inóspitas da Rússia e até na então úmida floresta Amazônica, os políticos discutem a ideologia do fogaréu, se é causado pela incompetência das esquerdas ou pelo negacionismo das direitas.
Os ambientalistas, que há muito alertam para a degradação ambiental, continuam considerados como exagerados ou apenas chatos, enquanto os cientistas que provam a aceleração das mudanças climáticas simplesmente perdem recursos para suas pesquisas.
Basta o noticiário citar que as enchentes no Sul do país foram as maiores desde 100 anos atrás para os entendidos utilizarem a retórica malandra de que, então, as mesmas cheias acontecem há mais de século, para provar a si mesmos que está tudo certo com o clima e que o progresso destruidor deve ser mantido.
O conservadorismo do interesse próprio, historicamente cultivado pelas direitas, também está presente nas esquerdas que, depois de experimentar o poder, passaram a defender a locupletação à custa dos ideais históricos esquecidos pelos novas lideranças encantadas com as benesses dos cargos.
“…cientistas que provam a aceleração das mudanças climáticas simplesmente perdem recursos…”
Quando as queimadas comprometem o meio ambiente em governos de direita, a culpa não é da poluição das águas e do ar, do assoreamento de nascentes e rios e da criminosa exploração da madeira e dos minérios, mas sim dos governantes que só desejam incentivar as atividades econômicas de forma indiscriminada.
Quando a degradação do fogo, espontâneo ou criminoso, acontece em governos de esquerda, a culpa é dos movimentos sociais que se aproveitam da impunidade para causar prejuízos ao sistema capitalista.
Diante da terceirização das responsabilidades, exclusivas aos governos de plantão, sejam de direita, esquerda ou centro, todos utilizam a desculpa ideológica para se eximir de seus deveres de atuar pelo desenvolvimento econômico e social e zelar pela preservação e recuperação ambiental, pois o progresso deve sempre ser sustentável.
Por sua vez, o povo deve entender que o enriquecimento pessoal não tem valor quando grande parte das pessoas estão na miséria, que a fartura à mesa pode ser constrangedora quando muitos passam fome e que viver em mansões atrás de grades e sob segurança são provas da incompetências das políticas públicas dos governos de direta, de esquerda e do centro, pois o crime, assim como o fogo, não tem ideologia.
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