Os palácios e as obras públicas

“…outros serviços pecam pela qualidade da construção e pelo atraso no cumprimento dos prazos.”

A denominação Palácio Legislativo ao prédio em reforma da Câmara Municipal de Palmital traz à tona a necessária reflexão quanto à prioridade dos investimentos públicos nos diversos setores de atendimento à população, como saúde, educação e habitação, que nem sempre recebem a mesma atenção nos projetos ou na execução das obras.

A reforma em andamento, em quatro etapas distintas, segue rigorosamente as concepções arquitetônicas, estruturais, elétricas e hidráulicas, o que confirma o esmero verificado desde o início da obra nos materiais básicos e nos detalhes do acabamento que garantem conforto e luxo.

Enquanto a obra do legislativo municipal é iniciada com recursos disponíveis, cronograma cumprido de forma rigorosa e fiscalização permanente e eficiente, incluindo os próprios vereadores como partes interessadas, outros serviços pecam pela qualidade da construção e pelo atraso no cumprimento dos prazos.

Recentemente, duas creches-escolas foram iniciadas no mandato da prefeita Ismênia e só concluídas no mandato do prefeito Luis Gustavo, sem que tenha havido muitas cobranças ou denúncias durante o longo período de paralisação. 

Outra dicotomia a se considerar é a qualidade das obras públicas, bastante inferiores àquelas concluídas há quase cem anos, como é o caso da antiga Delegacia de Polícia, agora desativada, que foi inaugurada em meados do século passado e ainda mantém sua excelente estrutura mesmo sem ter recebido manutenção adequada no período.

Os dois prédios do Fórum da Comarca construídos em Palmital também ilustram a diferença de robustez entre o primeiro, também dos anos de 1950, mas que desafia o tempo com sua durabilidade, enquanto o segundo, dos anos 2000, apresenta inúmeras falhas construtivas.

O fenômeno do investimento, da atenção e do cuidado entre os diversos setores do serviço público revela a perpetuação da cultura do privilégio aos eleitos e do certo descaso para com os contribuintes, que não dispõem de equipamentos e instalações sequer adequadas para os serviços prestados, muito menos conforto e luxo.

Na grande maioria das cidades brasileiras é possível constatar que os prédios que abrigam prefeituras, câmaras municipais e órgãos dos judiciários são sempre os mais belos e suntuosos, quase todos batizados como palácios, enquanto muitas escolas, postos de saúde e hospitais permanecem em estado de abandono.

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Cláudio Pissolito

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