A comunidade católica está realizando as comemorações em louvor a São Sebastião, o Padroeiro de Palmital e santo protetor contra a fome, a peste e a guerra, cuja celebração litúrgica ocorre nesta segunda-feira (20 de janeiro) com feriado municipal. A data também marca os 139 anos de fundação da cidade, como referência à formação do povoado, que pertencia a São José do Rio Novo (Campos Novos Paulista) durante o início do processo de colonização da região no final do século XIX.
A programação religiosa da Festa em Louvor a São Sebastião foi iniciada na sexta-feira (17/01), com o Tríduo na igreja matriz do centro de Palmital. As celebrações também ocorreram no sábado (18/01) e domingo (19/01), com temas referentes à vida e aos exemplos deixados pelo santo que se tornou Mártir da Igreja Católica pela defesa da fé e por dar a vida pela causa cristã. Nesta segunda-feira (20/01), haverá missa solene a partir das 17 horas, seguida de procissão com a imagem do Padroeiro.
A parte festiva começou na sexta-feira com a quermesse na praça da Bandeira. A estrutura conta com barracas de alimentos e bebidas, além de shows musicais e brinquedos para a diversão das crianças. No domingo (19/01) foi realizado o Almoço do Padroeiro, seguido do Leilão de Gado, com renda revertida para as ações da comunidade católica. A programação marca ainda o início das comemorações do centenário da Paróquia de São Sebastião.
HISTÓRIA – A fundação de Palmital, que completa 139 anos na segunda-feira, 20 de janeiro, se confunde com o desbravamento do sertão do Paranapanema, feito pelos pioneiros no final do século XIX. Ela marca a formação do povoado durante a chamada Frente Pioneira utilizada para acelerar a ocupação sobre áreas indígenas com a abertura de picadões e estradas, que facilitavam o escoamento de produtos do Vale do Paranapanema para a Vila de Botucatu.
O processo de desenvolvimento foi iniciado em 1886, quando João Batista de Oliveira Aranha, vindo de São Manoel, instalou-se na Água dos Aranhas, a cerca de quatro quilômetros da cidade atual e passou a divulgar a fertilidade do solo, atraindo várias outras famílias que deram início ao desbravamento da região. Logo foi construído o primeiro armazém e aberto o primeiro hotel, surgindo ao redor destas construções um pequeno povoado que recebeu o nome de “Palmital”, devido a grande quantidade de palmeiras existentes naquele tempo.
As terras ao redor do povoado pertenciam a Francisco Severino da Costa, considerado o fundador de Palmital, que decidiu dividi-las em lotes proporcionando um rápido desenvolvimento. Uma capela foi construída em homenagem a São Sebastião e várias casas comerciais foram instaladas para abastecer aos agricultores atraídos pelo alto potencial de produção das terras roxas do médio Vale Paranapanema.
Por volta de 1913, os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana alcançaram Palmital e criaram um posto ferroviário que posteriormente foi transformado em um complexo com estação e barracões. Tornado Distrito em 1918 e como sede de município autônomo a partir de 1920, Palmital se tornou importante centro comercial, com aspecto de cidade pioneira numa região essencialmente agrícola. Na década de 1920, tinha produção cafeeira muito maior do que Assis.
Em 1942, a produção sofreu queda em decorrência do desgaste do solo e com as fortes geadas que causaram grandes prejuízos aos agricultores e comerciantes. A perda dos cafezais levou os agricultores a iniciarem a migração para outras culturas como mamona, milho, arroz, cana-de-açúcar e feijão. Mesmo assim, até 1968 o café foi a base econômica do município, que passou por processo de mecanização da agricultura para o plantio da soja, milho e trigo.
Paralelamente, foram instalados alambiques que tornaram Palmital um dos principais fabricantes de aguardente de cana, incentivando a instalação de pequenas indústrias de móveis e de derivados da mandioca. Desde a década de 1980, com a mecanização da agricultura, a produção agrícola é predominantemente dividida entre duas culturas: a soja, nos meses de verão, e o milho, no inverno, revezadas com muitas lavouras de cana-de-açúcar que abastecem usinas e destilarias da região para produção de açúcar, etanol e aguardente.
Desde a fundação, a área urbana se expandiu e ganhou diversos bairros, além de uma infraestrutura viária com asfaltamento e redes de saneamento que atendem toda a cidade. A atual administração, do prefeito Luis Gustavo, implementou diversas melhorias nos últimos quatro anos com a oferta de serviços ao cidadão e mais equipamentos públicos, incluindo escolas, áreas de lazer, praças esportivas e iluminação pública com sistema LED.