“…bastante influência política, como se constata no apoio americano ao golpe militar de 1964…”
Historicamente, os países da América do Sul são considerados “quintais” dos Estados Unidos, que há mais de século mantém a hegemonia econômica e militar em escala global, com enorme distância de seus parceiros comerciais do Sul, que se sujeitam às regras da potência e têm como referência de moeda o dólar americano.
A subordinação dos governos sul-americanos à liderança dos EUA e a idolatria cultural ao “American way of life” ou, em português, “modo de vida americano”, um conceito surgido e exportado após a Primeira Guerra Mundial, aprofundaram nossa dependência em vários setores.
Em contrapartida, os EUA sempre foram relativamente simpáticos aos mais pobres das américas, sempre dispensando pequenas ajudas sociais, econômicas e militares e usufruindo das nossas matérias primas essenciais para suas indústrias, com saldo sempre favorável a eles na balança comercial.
Assim foi mantida a relação amigável, certa parceria e o intercâmbio econômico, educacional e tecnológico que inclui bastante influência política, como se constata no apoio americano ao golpe militar de 1964 e ao impedimento de novo golpe em 2022 pelo governo Joe Biden.
Com o crescimento da extrema-direita em escala mundial, que nos EUA é muito bem representada pelo presidente Donald Trump em segundo mandato, as interferências internacionais se acentuam e chegam com mais força ao Brasil, que finalmente começa a se destacar no conserto global das nações.
Interessado em manter o domínio econômico e político sobre países emergentes, o atual governo americano iniciou uma batalha absurdamente temerária e inconsequente que, acertadamente, é chamada de chantagem ao condicionar tarifas alfandegárias a decisões judiciais, em absoluta desrespeito à soberania nacional.
E, não obstante à clara e incômoda interferência estrangeira em assuntos domésticos brasileiros, um significativo setor da polícia nacional adere à essa chantagem nefasta como meio de retomar o poder, pelo voto ou pela força, com artifícios que envergonhariam qualquer povo minimamente soberano e verdadeiramente patriota.
O uso político de uma bandeira americana no dia da independência do Brasil será retratado como página vergonhosa da nossa história, quando um grupo político muito representativo chegou ao limite da desonra cívica ao idolatrar o símbolo americano em substituição à nossa sagrada bandeira nacional.
CONFIRA TODO O CONTEÚDO DA VERSÃO IMPRESSA DO JORNAL DA COMARCA – Assine o JC – JORNAL DA COMARCA – Promoção: R$ 100,00 por seis meses
