Alguns vegetais, como manjericão, têm o poder de afastar insetos e funcionam como repelentes naturais. No entanto, o plantio ou a compra das plantas não deve ser usado como desculpa para o morador não promover outras ações de combate ao mosquito da dengue.
O estado de São Paulo viu uma disparada de casos de dengue neste início do ano, e o governo já declarou estado de emergência. Para complementar as estratégias de combate à doença, está o uso de repelentes naturais que previnem picadas de mosquitos em geral, o que inclui o Aedes aegypti.
No centro-oeste paulista, as altas de casos também preocupam, e cinco cidades já decretaram situação de emergência: Botucatu, Bariri, Marília, Bariri, Dois Córregos e Pederneiras (SP). Todas ultrapassaram os 1 mil casos desde o início do ano e registraram mortes pela doença em 2024.
Entre as recomendações para evitar o avanço da dengue, como não deixar recipientes com água parada e prezar pela limpeza de quintais, está o uso de repelente, que impede o mosquito transmissor da doença de se aproximar da pele e picar a pessoa.
Segundo a médica naturalista Henriqueta Sacramento, alguns vegetais têm o poder de afastar insetos e funcionam como repelentes naturais. Nesta listagem estão plantas como manjericão (roxo ou branco), capim citronela, capim cidreira, alecrim, andiroba, cravo da Índia e a melissa.
“Essas plantas são ricas em óleos essenciais, que, quando liberados, ajudam a afastar insetos, inclusive os mosquitos”, explica Henriqueta.
Segundo a médica, as essências são lançadas no momento de estresse da planta, que ocorre em contato com o sol e o vento. Além de deixarem o ambiente perfumado, que se assemelha a aromas de eucalipto e limão, tais substâncias são capazes de criar uma barreira natural.
Entretanto, o plantio ou a compra das plantas não deve ser usado como desculpa para o morador não promover outras ações de combate ao Aedes aegypti.
Para se proteger de forma efetiva contra o mosquito da dengue, é preciso seguir as principais formas de prevenção: afastar o foco do Aedes aegypti, evitando água parada em pneus, calhas e vasos de planta e mantendo piscinas devidamente tratadas e caixa d’água limpas e fechadas. Também é interessante utilizar tela mosquiteira nas janelas e camas.
O uso de repelentes industriais também é eficaz contra o mosquito da dengue e o componente mais recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a icaridina.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fiocruz reforçam que inseticidas naturais (produtos à base de citronela, andiroba e óleo de cravo) não possuem comprovação de eficácia específica contra o mosquito da dengue. Eles apenas complementam as demais formas de prevenção.
Orientações à população
A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico. Veja algumas das medidas de prevenção:
- Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
- Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
- Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha as calhas limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
- Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
- Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
- Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Fonte: G1