O delegado Giovani Bertinatti, titular da Delegacia de Palmital, disse que houve o registro do Boletim de Ocorrência que viabiliza a abertura do inquérito para apurar todas as circunstâncias da morte de Claudemir Antônio da Silva, de 49 anos. O chefe da Polícia Civil destacou que o trabalho terá foco na averiguação de possíveis crimes que possam ter contribuindo para o acidente. “Vou apurar se há crime ou não. Já outras questões relativas ao âmbito indenizatório e de direitos devem ser definidas na esfera civil”, explicou à reportagem do JC na manhã desta quinta-feira (30/05).
O funcionário trabalhava em uma caixa de armazenamento de resíduos inflamáveis (ainda não se apurou se era de álcool ou aguardente) que estaria com problema em dispositivo elétrico e teria sofrido um curto-circuito. O trabalhador estava ao lado do dispositivo e foi atingido pelas chamas, tendo morte instantânea. Um princípio de incêndio foi controlado pela brigada da empresa antes da chegada do Corpo de Bombeiros, evitando que as chamas atingissem outras áreas da indústria, que está localizada às margens da rodovia Nelson Leopoldino, na Água da Aldeia.
O delegado disse que deverá avaliar os procedimentos de operação do equipamento antes do acidente e qual tipo de material estava armazenado na caixa, pois não foi possível confirma qual era o produto inflamável. “Inicialmente havia informações que outras pessoas tinham sido feridas, mas somente confirmamos a morte de Claudemir. Pedi todas as perícias e vamos ouvir testemunhas que estavam no local e já foram identificadas pela equipe da Delegacia de Palmital”, informou Bertinatti.
O delegado disse que investigará se empresa ou outros trabalhadores têm responsabilidade pela morte do Claudemir, apurando possível omissão ou ação que contribuíram para a fatalidade, bem como se os procedimentos e instalações estavam de acordo com as normas de segurança. “Há questões que temos de apurar, como condições das máquinas e instalações, equipamentos de proteção individual e licenças de operação”, afirmou o delegado. “Caso haja evidências, podemos apontar um homicídio culposo. Caso contrário, relato o inquérito ao Judiciário pedindo o arquivamento do processo”, finalizou o chefe da Polícia Civil de Palmital.
Claudemir, que era popularmente conhecido pelo apelido de “Coleira”, tinha grande experiência na indústria de aguardente e álcool, pois trabalhava no local do acidente desde a época em que a unidade era administrada pela Morante & Bergamaschi. Era casado e tinha dois filhos. Ele, que residia no bairro Afonso Negrão, está sendo velado no Memorial Aliança. Seu sepultamento ocorre às 15 horas, no Cemitério Municipal de Palmital.
EMPRESA SE MANIFESTA
O gerente da empresa Carlos Malagutte, que atendeu a reportagem da TV Tem, afirmou que lamenta a fatalidade e que irá prestar todo o apoio à família do funcionário morto. Ele informou que a unidade não estava produzindo comercialmente, pois passava por um período de testes de equipamentos. Ressaltou também que todas as máquinas e instalações haviam recebido manutenção e verificação para a retomada das operações. O responsável disse ainda que a fábrica ficará fechada até uma nova revisão das instalações para garantir a segurança dos trabalhadores que atuam no local.