“…a mudança de nomes não será suficiente se não houver mudança de atitude.”
A manifestação da vontade popular pelo voto, de renovação e mudança, não pode ser considerada apenas como um recado ou uma vontade do eleitor, mas sim como uma exigência causada pela exaustão da maioria da população que espera muito mais resultado e entrega da classe política.
O eleitor usou o voto para depurar, selecionar, mudar, renovar, arejar e tentar novas formas de fazer política por meio de outras pessoas, preferencialmente muito diferentes daquelas que se mantinham nos cargos, algumas por tempo exagerado.
Entretanto, a mudança de nomes não será suficiente se não houver mudança de atitude.
Caso os novos eleitos, em maioria esmagadora, muito representativa, a maior da nossa história já centenária, entendam de fato o recado das urnas e consigam interpretar a vontade expressada pelo voto, devem modificar muito as formas de se relacionar na política, de entender e atender os anseios das pessoas e de representar a vontade popular com muito trabalho e disposição, sob pena de nova revolução democrática daqui a quatro anos.
Em vez de ser uma autoridade, o novo prefeito deve se comportar como um funcionário de alto escalão obrigado a trabalhar mais e a ouvir muito, enquanto a Câmara deve deixar de ser uma casa de vaidades para se transformar em colegiado de colaboração e entendimento.
O primeiro e fundamental passo é organizar uma reunião entre todos os eleitos para definir formas de trabalho, de comunicação, de respeito mútuo entre as instituições e de objetivos comuns para superar as dificuldades e atender as necessidades.
Assim como o prefeito não pode e não deve ser apenas uma figura distante, que só aparece nas fotos, que se fecha em seu gabinete e atende aos amigos e apaniguados, os vereadores também não podem usar os cargos para as vinganças mesquinhas, mas sim fazer valer as leis para todos indistintamente.
A formação de uma força tarefa entre Executivo e Legislativo pelo bem da cidade não impede que os vereadores fiscalizem, corrijam rumos, confiram números, analisem contratos e exijam a melhor qualidade dos serviços públicos, assim como o prefeito deve manter seu poder discricionário para decidir e dar a palavra final, de preferência depois de buscar o consenso entre todos.
Com uma nova filosofia política, será possível atender a população e oferecer muito mais à cidade, pois além da mudança de nomes é preciso muito mais a mudança de postura.