Usinas destruídas

“…o que menos se preserva é a possibilidade de retomada das atividades.”

 

A crise que se abateu em passado recente sobre o setor sucroalcooleiro da região, um dos principais geradores de emprego e renda, está causando enorme dificuldade para a retomada da atividade, que agora ganhou novo impulso. Um dos motivos pelo qual a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, da lavoura ao varejo, não consegue se restabelecer são os intermináveis processos de recuperação judicial ou de falência que se arrastam pelos tribunais, enquanto os agricultores procuram alternativas e as plantas industriais são sucateadas.

Um dos exemplos mais emblemáticos é o caso da usina Pau D’Alho, de Ibirarema, que está fechada desde 2012, completando sete anos consecutivos sem produção, eliminando empregos e sem o esperado desfecho para recebimento dos créditos trabalhistas pelos ex-funcionários e muito menos autorização para retomada das atividades pelos novos proprietários. Enquanto os processos judiciais caminham lentamente, a destruição, o furto e o sucateamento das instalações são quase imediatos, transformando uma grande empresa de enorme capacidade produtiva em amontoado de ferro-velho. A falta de política adequada para o setor e a demora da justiça são as principais causas do desaparecimento da atividade.

Notícia publicada na edição passada do JC, de que a Polícia prendeu uma pessoa que havia furtado peças elétricas na Fazenda Santa Luzia, onde durante décadas funcionou uma destilaria de aguardente e etanol, é apenas uma amostra do que acontece nos estabelecimentos abandonados e sem qualquer segurança. Os administradores judiciais nomeados são, invariavelmente, de cidades distantes, como no caso da Santa Luzia, que é de São Paulo. Sem compromisso com o setor e com vários casos semelhantes em andamento, o que menos se preserva é a possibilidade de retomada das atividades.

Esse fenômeno típico da cultura brasileira, pela qual a burocracia sem limite de prazo se sobrepõe ao interesse da produção e do trabalho que interferem diretamente nas questões sociais causadas pelo desemprego e pela redução de arrecadação de impostos, é uma prova do descompasso entre o capital, o trabalho e as instituições públicas. Com ausência de interesse em acelerar os processos ou pela falta de conhecimento dos malefícios econômicos, pessoais e sociais que causados, o cumprimento de prazos e a demora nas decisões levam à destruição das usinas e à inviabilização de um setor construído em mais de 70 anos de trabalho e investimentos.

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