O assassinato do prefeito de Campinas Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, completou 19 anos na quinta-feira (10/09). Um ato simbólico foi realizado no local do homicídio. No domingo (13/09), haverá uma missa virtual transmitida pela Igreja Nossa Senhora Aparecida.
Toninho foi assassinado no final da noite de 10 de setembro de 2001, na Avenida Mackenzie, próximo ao shopping Iguatemi. Toninho saiu da Prefeitura naquela noite e foi até o shopping, pouco antes das 22h. Depois, a notícia que o prefeito havia sido baleado e estava morto foi espalhada pelos veículos de comunicação da cidade e também nacionais.
O prefeito de Campinas foi morto depois de ser alvejado por três disparos saídos de uma pistola 9 milímetros. O assassinato aconteceu quando Toninho do PT voltava para casa dirigindo seu carro, um Fiat Palio. Para a família, a morte teve motivação política.
A Polícia Civil sustentou a versão de que o prefeito foi assassinado porque seu carro atrapalhou a fuga da quadrilha do traficante e sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que fugia pela Avenida Mackenzie.
Andinho chegou a ser acusado formalmente pelo crime. Os disparos teriam sido feitos por Anderson José Bastos, conhecido como “Anjo” ou “Puff”, que estava dentro de um Vectra, na companhia de Andinho, Valmir Conti e Valdecir de Souza. Três deles foram mortos em duas operações policiais em 2003, em Caraguatatuba (litoral Norte do Estado).
Como único sobrevivente, Andinho foi denunciado por homicídio qualificado (com uso de meio que dificultou a defesa da vítima) e por duas tentativas de latrocínio (roubo seguido de morte) porque, de acordo com o Ministério Público, ajudou para a prática dos crimes. Mas a Justiça entendeu que não havia indícios que o incriminassem e determinou que a Polícia Civil retomasse as investigações em 2011. Até então, nada foi esclarecido de forma contundente.
DESABAFO
Em publicação no seu Facebook, Roseana Garcia, viúva de Toninho, fez uma homenagem ao prefeito. “Tenho algumas certezas: o crime foi político, você foi assassinado por ser o prefeito de Campinas e contrariar muitos interesses escusos da cidade; o crime nunca foi investigado da maneira que precisaria ter sido, pois nunca houve interesse genuíno pelo seu esclarecimento”, disse.
Roseana também disse não ter mais certeza se o crime será esclarecido e contou que a família aumentou, e que sua história será sempre lembrada.
“Eu não sei se o crime será esclarecido, disso eu não tenho certeza, mas enquanto eu for viva, lutarei por isso. Antonio, temos um neto agora, ele é um bebê lindo, você não vai poder tê-lo nos braços, mas eu vou contar a sua história para ele”, disse.
ÚLTIMO ATO
Naquela noite, o último trabalho de Toninho foi o discurso no ato solene do Movimento Negro, no Salão Vermelho da Prefeitura. Neste, ele assinou seu último decreto, oficializando o dia 20 de novembro como feriado do Dia da Consciência Negra, dedicado a Zumbi dos Palmares.
Atualmente, o inquérito está com a Polícia Civil de Campinas, no DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa).
HOMENAGENS
Uma cruz azul marca o local onde o prefeito Antônio da Costa Santos foi assassinado, às margens da Avenida Mackenzie. Até março de 2016, ela ficava no local onde o carro parou após o prefeito ser baleado. Depois foi retirada e colocada no canteiro central.
Há também uma escultura que mostra Toninho com uma pipa ao lado de uma criança. Essa pipa se tornou símbolo de sua campanha no ano 2000, quando foi eleito prefeito.
A pipa foi confeccionada por uma criança, e Toninho a empinou do alto do prédio do Palácio dos Jequitibás junto com o menino que a confeccionou para comemorar a vitória.
Fonte: CidadeOn