Junko Watanabe, de 82 anos, é a única representante do Brasil a integrar a delegação de 30 pessoas de uma entidade japonesa contra as armas nucleares que foi escolhida para receber o prêmio Nobel da Paz de 2024. Sobrevivente de Hiroshima, Watanabe tinha dois anos quando a bomba atômica devastou sua cidade durante a Segunda Guerra Mundial.
A cerimônia de entrega do prêmio Nobel ocorre na terça-feira (10/12), em Oslo. A organização japonesa Nihon Hidankyo, que luta pela abolição de armas nucleares, foi indicada por seus esforços para “alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas”.
“No dia 6 de agosto de 1945, eu estava na porta de casa brincando com meu irmão mais velho e minha mãe. Todos contam que era um dia lindo, com céu azul”, disse Watanabe ao UOL. “Minha saúde ficou muito ruim. Meus pais pensaram que eu iria morrer. Fiquei dias e dias com diarreia e a comida não parava no meu corpo”, acrescentou.
Aos 24 anos, Watanabe decidiu migrar para o Brasil. “Eu sempre pensava que, quando eu crescer, eu vou morar em outro país. Um dia, vi uma placa com o anúncio e meu coração bateu muito forte naquele momento. Decidi que queria ir. Fui estudar para saber que país era aquele. Mas eu queria sair dali”, contou.
Fonte: DCM