A política e o crime

O distanciamento da atividade política por grande parte da população, principalmente de jovens que se iniciam no mundo do trabalho e investem em carreiras profissionais sólidas, assim como empresários e profissionais liberais bem sucedidos de todas as áreas, prova que o setor público não é atrativo para muitos que buscam o sucesso pessoal e profissional.

Partidos políticos dominados por lideranças envolvidas em malfeitos, investigadas ou condenadas por corrupção e que fazem uso pessoal das vantagens comuns à política partidária, são exemplos da péssima imagem que a atividade transmite.

Os debates entre os candidatos a prefeito de São Paulo, maior e mais rica cidade do país, são pródigos em alimentar a tese de que a política é uma atividade marginal, exercida por quem nada tem a perder e que apostam todas as fichas, incluindo a moral e a honra, para alcançar o poder.

Termos chulos, palavrões, ofensas e até agressões físicas já fazem parte do cardápio das disputas e começam a ser normalizadas pela própria população que reconhece a política e os políticos como párias de parte da sociedade que ainda resiste em cultivar valores e princípios éticos e morais.

“…população que reconhece a política e os políticos como párias de parte da sociedade…”

Os históricos acordos entre políticos, representados por suas lideranças, e os criminosos, representados por suas facções organizadas, como o muito bem combinado abrandamento contra o crime em período eleitoral, incluiu o banditismo na atividade pública e também na iniciativa privada.

Empresas de ônibus, redes de postos de gasolina e até usinas de açúcar e álcool sob gerenciamento do crime organizado são exemplos da tomada da economia formal pelas facções que se tornam cada vez mais dominantes no contexto das atividades produtivas, em clara degradação das instituições incapazes de coibir o absurdo da situação.

Junto à política nacional, às atividades públicas das grandes cidades e aos negócios que envolvem corporações, as pequenas cidades também assistem a entrada do crime, do tráfico, do contrabando e da falsificação de produtos em seus negócios, incluindo a política partidária.

Já é comum a citação de nomes de prefeitos e vereadores envolvidos e bancados por facções criminosas, assim como de muitos candidatos que têm a origem dos recursos de campanha sob suspeita, provando que a política e o crime estão caminhando de mãos dadas em um sistema público corrupto e corrompido, prestes e ser assumido pelos criminosos.

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Cláudio Pissolito

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