Palavra de político

“…muitos deles estão mais preocupados com o próprio futuro do que com o destino dos eleitores…”


Depois de três séries de entrevistas feitas com os seis pré-candidatos a prefeito de Palmital, incluindo a da TVC – TV Comarca, o canal no YouTube do JC, quando todos, a exceção de Tê Biondi, afirmaram categoricamente não abrir mão de suas pretensões e consequentemente não compor com outros partidos ou candidatos, já começa a aparecer a enorme distância existente entre a teoria e a prática. Na reta final do calendário eleitoral, cujas convenções para definir o futuro de partidos e candidatos termina no próximo dia 16, as convicções são revistas e as palavras substituídas por justificativas.

Com a publicação dos editais dos partidos convocando os filiados para as convenções, uma das etapas mais relevantes do processo eleitoral, quando os membros com direito a voto escolhem os candidatos que disputarão o pleito, o discurso muda e as conveniências falam mais alto. Afinal, é neste momento que cada partido decide se vai participar da eleição majoritária (prefeitos e vice-prefeitos), proporcional (vereadores), ou ambas; sorteia os números com os quais os candidatos irão concorrer e, principalmente, se o pretendente irá oficializar seu nome nas urnas para o julgamento popular.

É público e notório que o político exerce a atividade do possível, sujeita a avaliações constantes e também às circunstâncias de cada momento, pois como já disse Ulisses Guimarães, a política é como as nuvens e a cada momento se apresenta de uma maneira. Portanto, não se deve estranhar que haja mudanças e muito menos que a palavra empenhada não seja cumprida, pois nesse meio não se deve esperar pelo pragmatismo e muito menos pelo fiel cumprimento. Os que reclamam das decisões das lideranças políticas são aqueles que não conseguem formar grupo e temem perder espaço ou protagonismo.

O que o eleitor deve observar é a forma que cada político conduz sua carreira, que não deveria ser profissão e sim um sacerdócio de prestação de serviço. Infelizmente, muitos deles estão mais preocupados com o próprio futuro do que com o destino dos eleitores que, de fato, serão seus patrões por um mandato. O que grande parte dos políticos deseja é a permanência no cargo, a continuidade do mandato, sem se importar com os meios usados para esse objetivo. Não por acaso, a palavra do político, assim como suas promessas, nunca se escreve, mas quase sempre permutada pelas circunstâncias.

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Cláudio Pissolito

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