O projeto de perfuração de um poço profundo em Palmital para captação de água potável a partir do Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios do mundo, é uma solução que pode resolver de forma definitiva o antigo problema de abastecimento da cidade.
Depois de muitos anos de captação de água por meio de poços artesianos, que utilizam as reservas existentes nos lençóis freáticos mais rasos, os mesmos que abastecem as nascentes dos rios, ou seja, que são responsáveis pela água de superfície, já se percebe a exaustão do sistema que recebe pouca infiltração para reposição dos estoques.
Antes de um investimento elevado como o poço profundo, que explora um recurso natural existente em abundância, mas a custo ambiental e financeiro elevado, é possível verificar outras medidas mais baratas e menos invasivas, mas que também podem servir como solução duradoura.
Considerando que os muitos poços artesianos existentes compõem uma estrutura pronta e em funcionamento, e que falta apenas a água necessária para captação, o ideal seria fazer a recomposição permanente dos estoques subterrâneos e manter o aproveitamento do sistema com medidas simples e baratas.
“…medidas simples, baratas e ecologicamente corretas para garantir o abastecimento de água…”
Áreas de infiltração das aguas pluviais, que são perdidas nas enxurradas e levadas aos rios que sofrem com o assoreamento, podem reverter a situação dos estoques subterrâneos e garantir a captação pelos poços existentes.
O plantio de arvores, a construção de pisos permeáveis, áreas com vegetação adequada para facilitar a infiltração e piscinões, como já se utilizou em Palmital na saída pela estrada da Espanholada e na região do Jardim Montreal, são medidas simples, baratas e ecologicamente corretas para garantir o abastecimento de água na cidade e conscientizar a população da importância da preservação ambiental.
Outra medida é abandonar o sistema de poços existente e criar reservatórios de água de superfície para tratamento e distribuição pelas redes que servem toda zona urbana, como fazem muitas cidades que não entregam água potável nas torneiras, mas que não deixa faltar para as atividades básicas.
Entretanto, para qualquer medida adotada, é fundamental que haja mais controle e justiça no consumo e na cobrança, que seja feito controle e fiscalização sobre poços residenciais e comerciais, que também devem pagar pelo consumo, para só assim garantir água para todos com mais justiça e consciência dos consumidores.
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