A seca de 2024 no Amazonas é considerada a pior da história em termos de impactos econômicos e sociais. A Defesa Civil estadual confirmou a informação com exclusividade à Expedição Amazonas, da GloboNews. Até quinta-feira (03/10), os danos acumulados já superaram os números de 2023, que até então era reconhecida como a estiagem mais grave do estado.
Segundo a Defesa Civil, quase 770 mil pessoas estão sendo afetadas pela seca, que levou todas as cidades do estado a decretarem situação de emergência. Os prejuízos públicos e privados , que em 2023 totalizaram cerca de R$ 472 milhões, já ultrapassam R$ 620 milhões em 2024, e o cenário pode piorar à medida que a seca persiste.
O órgão esclareceu que a análise comparativa considera fatores hidrológicos, sociais e econômicos. Informações fornecidas pelas prefeituras sobre os impactos na agricultura, comércio, indústria, pecuária e fornecimento de serviços básicos, além dos danos a estruturas públicas, confirmam que os índices deste ano são os mais graves já registrados.
Seca nos rios no estado
No contexto hidrológico, as calhas dos rios Alto, Médio e Baixo Solimões, Médio e Baixo Amazonas, Madeira, Purus e Rio Negro apresentam níveis críticos. Estações fluviométricas, como Tabatinga, Fonte Boa e Manacapuru, registram cotas mínimas históricas.
- Na sexta-feira (04/10), o Rio Negro atingiu a marca de 12,66 metros, fazendo com que Manaus enfrente a pior seca da história pelo segundo ano consecutivo.
- Em Tabatinga, na região do Alto Solimões, o Rio Solimões está com -1,99 metros. O registro é desta sexta-feira (04/10). Dados da Defesa Civil apontam que o rio tem descido, em média, 5 centímetros por dia no último mês. A cidade vive a pior seca da história.
- 💧 Na cidade de Coari, na região do Médio Amazonas, o Rio Amazonas registrou a cota de 1,21 metros nesta sexta-feira, segundo medição da Defesa Civil do município.
- 💧 Em Parintins, no Baixo Amazonas, o Rio Amazonas está em -2,05 metros. O cenário também é crítico na região, segundo o governo do estado.
- 💧 No município de Itacoatiara, o mesmo Rio Amazonas está medindo 0,41 centímetros nesta sexta-feira. A cidade recebeu um porto flutuante, onde os navios cargueiros, que atendem as empresas do Polo Industrial de Manaus, transferem suas mercadorias para balsas que ainda conseguem chegar na capital amazonense.
- 💧 Em Humaitá, o Rio Madeira registra 8,20 metros nesta sexta-feira. O rio desceu uma média de 4 centímetros por dia.
Na capital, a prefeitura já fechou a praia da Ponta Negra, o principal balneário da cidade. No porto, o surgimento de bancos de areia tem afastado as embarcações e alterado a rotina de quem depende do rio para viver. Até o Encontro das Águas se tornou mais difícil de observar devido a essa situação.
Ribeirinhos carregam galões de água enquanto atravessam bancos de areia do rio Madeira até a comunidade Paraizinho, em meio à pior seca da história. Humaitá, Amazonas (10 de setembro) — Foto: Bruno Kelly/Reuters
Na capital, a prefeitura fechou a praia da Ponta Negra, o principal balneário da cidade. No porto, o aparecimento de bancos de areia tem afastado as embarcações, alterando a rotina de quem depende do rio para viver. Além disso, a visualização do Encontro das Águas se tornou mais difícil devido a essa situação.
Desde o início do ano, o governo estadual tem se empenhado em antecipar ações para combater a estiagem. Como parte dessas iniciativas, informou que já enviou 202,1 toneladas de medicamentos e insumos para os municípios afetados pela seca severa deste ano.
Assistência humanitária
No âmbito da assistência humanitária, o governo instalou 36 purificadores de água, sendo 8 direcionados à calha do Alto Solimões, e enviou 700 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
Além disso, foram enviados 92 cilindros de oxigênio para Eirunepé, Canutama, Ipixuna, Boca do Acre e Itamarati, e uma usina de oxigênio foi instalada em Envira. O governo também distribuiu 8,9 mil volumes de medicamentos e insumos para diversos municípios.
Fonte: g1