Soja brasileira avança no plantio, mas comercialização segue lenta
O Brasil plantou 75% da área de soja prevista até o momento. Na semana anterior, o índice era de 65%. No ano passado, o mesmo período registrava 85%. A média histórica é de 80%. O avanço ocorreu em ritmo forte. Estados como Mato Grosso e Paraná já encerraram os trabalhos. Regiões do Norte e Sul, como Tocantins, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Sul, seguem no campo. A safra gaúcha chegou a 43% do plantio, ante 22% na semana passada. A média histórica é de 50%.
A umidade do solo no Rio Grande do Sul favoreceu o avanço da semeadura. Nos últimos três anos, o estado sofreu com estiagens. Agora, as condições melhoraram. A expectativa é de safra próxima da normalidade.
A comercialização da safra 2023/24 alcançou 79,9%, com 137 milhões de toneladas negociadas. A média histórica para este momento é de 84%. A safra total foi de 171,5 milhões de toneladas. A nova safra registra atraso na venda: 26% já negociada, frente a 36% no mesmo período do ano passado. A média é de 34%. Até agora, foram comercializadas 45 milhões de toneladas da nova safra. Há expectativa de produção de 175 milhões de toneladas, restando cerca de 130 milhões de toneladas ainda sem destino.
Nos Estados Unidos, 99% da soja foi colhida. A chegada do inverno preocupa. Institutos de clima preveem nevascas intensas, o que pode impactar a logística. Rios congelados dificultam o transporte de cargas. Silos cobertos de neve e barcaças paradas são obstáculos para o escoamento da produção.
A China comprou 1,425 milhão de toneladas de soja americana na última semana. Foram três aquisições em sequência, segundo dados oficiais do USDA. Esse movimento deu suporte às cotações em Chicago. O contrato de janeiro está em US$ 11,40 por bushel. O de julho supera US$ 11,60. A expectativa é de que os preços avancem até US$ 12, dependendo da evolução das compras chinesas.
No Brasil, os preços da soja melhoraram no mercado interno. Houve alta dos prêmios e valorização nos portos. A soja de dezembro e janeiro superou R$ 145,50 por saca. A safra nova também apresentou ganhos.
Situação do milho
A colheita do milho nos Estados Unidos alcançou 92%. O produtor corre para evitar perdas com o avanço do inverno. No Brasil, a safrinha 2023 foi de 113,3 milhões de toneladas. Deste total, 81 milhões já foram negociadas, o que representa 71,5%. A média histórica é de 78%.
Ainda há 32,3 milhões de toneladas da safrinha e 6,1 milhões da primeira safra sem comercialização. O total de milho livre no país chega a 38,4 milhões de toneladas. A primeira safra já tem mais de 90% da área plantada. O Rio Grande do Sul lidera com 84%, acima da média histórica.
Os preços tentam se manter acima de R$ 70 por saca nos portos. No mercado americano, os contratos de milho para dezembro giram em torno de US$ 4,30, enquanto julho/26 ultrapassa US$ 4,50.
Situação do trigo
A colheita do trigo no Paraná está quase encerrada. No Rio Grande do Sul, 77% da área foi colhida, segundo a Emater. No mesmo período do ano passado, o índice era de 90%. A média é de 89%. A produção gaúcha deve alcançar 3,72 milhões de toneladas. A safra brasileira, antes estimada em 7,5 milhões de toneladas, pode não atingir esse volume.
A China comprou 132 mil toneladas de trigo americano na última semana. O mercado em Chicago reagiu com leve alta. No Brasil, o comércio segue lento. Os preços variam entre R$ 1.030 e R$ 1.200 por tonelada, dependendo da praça. Já foram internalizadas 6,1 milhões de toneladas, recorde histórico.
Situação do arroz
O mercado do arroz segue pressionado. O plantio atingiu 92% da área, com destaque para Santa Catarina, onde a semeadura está encerrada. A área plantada deve ficar abaixo de 900 mil hectares, embora o número oficial ainda seja de 920 mil. Tocantins, Mato Grosso e Goiás plantaram entre 15% e 30%.
Os preços caíram na Fronteira Oeste. O valor médio é de R$ 52,55 por saca. A indústria recuou nas compras, aguardando janeiro para retomar os negócios. No varejo, os pacotes comerciais variam de R$ 14 a R$ 18. Os produtos nobres chegam a R$ 28, mas as vendas seguem fracas.
Situação do feijão
A colheita do feijão começou em São Paulo e no Paraná. A safra será menor, mas os preços seguem estáveis. O feijão carioca comercial varia entre R$ 190 e R$ 225 por saca. O feijão preto está entre R$ 125 e R$ 135. Poucos negócios foram registrados.
A estimativa da Conab era de 950 mil toneladas para a primeira safra. Agora, dificilmente passará de 800 mil toneladas. O clima prejudicou o plantio. Frio intenso em algumas regiões e calor excessivo em outras reduziram o potencial produtivo.
O mercado deve mudar em janeiro, com menor oferta e maior demanda no início de 2026.
Fonte: Assessoria |Vlamir Brandalizze – @brandalizzeconsulting | Colaboração Jornalista Mauricio Picazo Galhardo










