“Todas as mulheres da Babilônia, uma vez na vida, deveriam dormir com um estrangeiro no santuário da deusa Milita.” — Heródoto
Heródoto, o renomado historiador grego do século V a.C., narrou em sua obra “Histórias” a existência de um rito intrigante na Babilônia antiga. Segundo ele, todas as mulheres da cidade deveriam, pelo menos uma vez na vida, ir ao templo da deusa Milita (ou Ishtar) e ter relações sexuais com um estrangeiro em troca de dinheiro oferecido à deusa.
O Ritual no Templo da Deusa Milita
Heródoto descreveu o rito como uma prática obrigatória para todas as mulheres babilônicas, independentemente de sua classe social. As mulheres de maior status chegavam em carruagens cobertas, acompanhadas por sua servidão, enquanto as de classes mais baixas aguardavam no recinto com uma coroa de cordel na cabeça. Os estrangeiros circulavam entre elas, escolhendo com quem iriam deitar-se. Somente após completar o ritual, as mulheres podiam retornar para casa.
Detalhes do Rito
As mulheres deviam entrar no santuário e sentar-se com uma coroa de cordel à volta da cabeça. Entre elas, corredores separados por cordas permitiam que os estrangeiros circulassem enquanto decidiam com qual mulher iriam dormir. Uma mulher sentada no templo não podia voltar para casa até que o ritual fosse completado. Heródoto relata que aquelas que não eram muito atraentes podiam passar até 3 ou 4 anos no templo esperando cumprir o rito.
Implicações e Reflexões
Este ritual era considerado uma lei da Babilônia, obrigando todas as mulheres a cumpri-lo. No entanto, há dúvidas sobre a universalidade dessa prática e se as filhas das famílias mais ilustres, inclusive a própria filha do soberano, eram obrigadas a cumpri-la.
Representação da Deusa Milita
A deusa Milita, ou Ishtar, era uma divindade associada ao amor, guerra e fertilidade na mitologia mesopotâmica. Sua representação como uma figura sedutora e poderosa é consistente com várias imagens e estátuas encontradas na região.
Conclusão
A história de Heródoto sobre o rito sexual na Babilônia continua a fascinar e intrigar. Seu relato oferece uma visão rara e peculiar da perspectiva grega sobre a cultura babilônica, destacando a riqueza e a complexidade das práticas religiosas antigas. Embora alguns aspectos desse relato sejam questionados, ele nos lembra da importância de explorar e entender as civilizações passadas e suas tradições únicas.
Fonte: Notícias Científicas de Lucia Petrone