Companhias das Anhumas, dos Faceiros e das Três Ilhas participam de missas em louvor a Santos Reis

A comunidade de Palmital celebra anualmente o Dia de Santos Reis (6 de janeiro), que resgata a tradição bíblica que remete à jornada realizada pelos três reis magos que partiram do Oriente para louvar o Menino Jesus nascido em Belém. O episódio, também conhecido como Epifania do Senhor, representa Cristo como o Salvador para todos os povos por ser reconhecido como a presença material de Deus na terra.

As companhias das águas das Anhumas, dos Faceiros e das Três Ilhas são peças fundamentais na celebração de Santos Reis em Palmital. Os grupos, compostos por cantores, palhaços e foliões, representam as figuras dos reis que partiram no Dia de Natal para jornadas de visitas e para louvar Jesus, além de fazer arrecadação de alimentos que serão preparados na festa que ocorre no próximo sábado (11/01) na Água Nova.

Na manhã de domingo (05/01), a companhia da Água dos Faceiros esteve na celebração da Epifania do Senhor na igreja Matriz de São Sebastião, na região central de Palmital. A missa foi presidida pelo padre Marcelo Barreto e contou com a presença de grande número de fiéis. O grupo, seguindo a tradição de Santos Reis, encerra nesta segunda-feira (06/01) sua jornada e se prepara para a programação da festa no próximo sábado (11/01).

A bandeira da Água dos Faceirros esteve na Missa da Epifania do Senhor na Matriz de São Sebasitão

A Paróquia de Santo Antônio realizou na manhã de segunda-feira (06/01), na igreja Matriz do bairro Paraná, a Missa da Epifania do Senhor. A celebração no Dia de Santos Reis foi presidida pelo padre Luiz Fernando Dias e contou com a presença das companhias das Anhumas e das Três Ilhas, juntamente com um grande número de fiéis. Os grupos também encerraram suas jornadas no início desta semana e concentram na preparação para as atividades da festa.

DIA DE REIS – O Dia de Reis é uma data comemorativa, presente no calendário litúrgico da Igreja Católica, celebrada no dia 6 de janeiro. Essa data celebra a aparição dos reis magos ao local de nascimento de Jesus Cristo com o objetivo de prestar culto e ofertar presentes. Esse acontecimento também é entendido como a primeira aparição do messias.

A data comemorativa também é chamada de Solenidade da Epifania do Senhor, sendo o momento em que se encerra a Epifania, período no calendário litúrgico que é entendido como a primeira manifestação de Cristo. O Dia de Reis é também marca o encerramento do período natalino, sendo a ocasião em que as decorações desse período, como os presépios e as árvores de Natal, são desmontadas.

O Dia de Reis é celebrado 12 dias depois do nascimento de Jesus Cristo, o Natal. A celebração dos reis magos é baseada no texto bíblico, em especial no Evangelho de Mateus, que narra a ida desses magos do Oriente até Belém. A celebração do Dia de Reis foi trazida para o Brasil por colonos portugueses e atualmente é uma das manifestações folclóricas mais significativas de nosso país.

As celebrações do Dia de Reis são conhecidas popularmente como Folia de Reis ou Reisado e estão difundidas por diferentes regiões do país. Uma das práticas mais consolidadas da celebração do Dia de Reis são as visitações que grupos musicais chamados Terno de Reis costumam fazer às residências.

Essas visitas são marcadas por cantorias, e as canções possuem letras religiosas. Em troca, os grupos recebem a doação de alimentos. Esses grupos podem ser formados também por dançarinos e contam com instrumentistas, todos eles usando trajes tradicionais da festa. Os alimentos arrecadados, geralmente, são direcionados para caridade.

As apresentações da Folia de Reis não se resumem ao dia 6 de janeiro, mas acontecem desde o final de dezembro. Outra tradição popular do Dia de Reis é o Boi de Reis, um folguedo que é praticado durante o período natalino até o dia 6 de janeiro. Podem existir variações na forma como a festa é celebrada, e em algumas cidades do país as tradições do Dia de Reis são consideradas patrimônio cultural imaterial. As celebrações do Dia de Reis se encerram com a realização de missas.

Quem são os reis magos lembrados no Dia de Reis?

O relato feito na Bíblia a respeito da visita dos magos ao recém-nascido Jesus é bem simples. Encontrada no livro de Mateus 2:1-12, a narrativa conta que Jesus nasceu em Belém quando Herodes era rei de Israel. Com o nascimento de Cristo, alguns magos do Oriente viram uma estrela, a Estrela de Belém, e foram guiados por ela até o local onde estava o menino Jesus em sua manjedoura.

Durante o percurso, os magos se depararam com Herodes, que os orientou a encontrar o recém-nascido e, assim, trazer informações mais precisas sobre onde ele estava. Apesar de na narrativa bíblica Herodes afirmar aos magos que queria prestar culto a Jesus, na verdade, o rei estava apavorado e queria matar o menino. Os magos partiram para Belém e, guiados pela estrela, encontraram Jesus.

Os magos, então, ofereceram ao menino Jesus três presentes: incenso, mirra e ouro. Após isso, foram avisados por Deus em um sonho que não deveriam informar nada a Herodes e, assim, retornaram para sua terra por outro caminho.

É válido ressaltar que a narrativa bíblica, em nenhum momento, refere-se aos magos como reis. O modo de mencioná-los muda de acordo com a versão. Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, por exemplo, os magos são apresentados como “alguns homens que estudavam as estrelas”; já na Nova Versão Internacional, são descritos como “magos”; por último, na versão conhecida como A Mensagem, utiliza-se a expressão “um grupo de sábios”.

Percebemos, portanto, que os magos nunca foram efetivamente chamados de reis nos relatos bíblicos. Além disso, a partir desse compilado de versões bíblicas, é possível concluir também que os magos que visitaram Cristo eram homens eruditos, possivelmente, astrólogos ou astrônomos, já que foram descritos como “homens que estudavam as estrelas”.

Segundo historiadores, os magos começaram a ser chamados de reis durante a Idade Média. Existem, inclusive, dois relatos medievais interessantes referentes aos magos. O primeiro deles é uma narração feita por São Beda, Doutor da Igreja que viveu na atual Inglaterra entre os séculos VII e VIII. Esse relato foi encontrado em um manuscrito chamado Excerpta et Colletanea, que faz a seguinte menção aos reis magos:

“Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz.”

Outro relato que menciona os “reis magos” é o manuscrito chamado Historia Trium Regum, redigido por Johannes von Hildesheim, um monge alemão, em 1375. Na Bíblia, apesar de os magos não serem associados a reis na narrativa em Mateus, essa referência é feita em outras partes desse livro sagrado, como em Isaías e em Salmos:

“E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. (Isaías 60:3)”

Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Seba oferecerão dons.

“E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão. (Salmos 72:10-11)”

Voltando ao relato de São Beda, percebemos um aspecto importante: ele citou os nomes dos magos, o que nos leva a nossa próxima pergunta.

O primeiro registro histórico que mencionou o nome dos três magos remonta ao ano 500, portanto, no final do século V. Trata-se de um manuscrito conhecido como “Excerpta Latina Barbari”, o qual recebeu esse nome porque seu autor possuía um conhecimento básico de grego e latim, o que fez com que o documento tivesse alguns erros que comprometeram o entendimento de algumas informações. O autor desse manuscrito, no entanto, é desconhecido.

De toda forma, esse documento é importante exatamente por ser o primeiro a registrar o nome dos reis magos: Bithisarea, Melichior and Gathaspa. Daí, portanto, surgiram os nomes Baltasar, Gaspar e Melchior, também chamado de Belchior.

Não se sabe ao certo. A conclusão de que os magos eram três foi realizada, provavelmente, em virtude da quantidade de presentes entregues a Jesus. Existem outras tradições cristãs, porém, que sugerem que mais de três magos visitaram Jesus. Um documento sírio do século II, por exemplo, sugere que a quantidade de magos era superior a doze.

Os estudiosos do assunto afirmam que cada um dos presentes entregues pelos magos a Jesus possuía um significado:

– Mirra: composto usado no embalsamamento, fazia referência ao sacrifício de Cristo e a sua ressurreição.

– Ouro: representava a realeza de Jesus Cristo, ressaltando o fato que ele era o rei dos judeus.

– Incenso: usado nos templos, era um presente exclusivo aos sacerdotes, reforçando, assim, a divindade de Cristo.

Na Alemanha, mais precisamente, no interior da Catedral de Colônia, existe um relicário em que, segundo a tradição, são guardados os restos dos reis magos. Descoberto por Santa Helena, mãe do imperador Bizantino Constantino, no século IV d.C, o relicário foi trazido do Oriente para Constantinopla. No século VI, o objeto foi transferido de Constantinopla para Milão. No século II, em um ataque a Milão ordenado pelo imperador do Sacro-Império, o relicário foi roubado e levado para Colônia, na Alemanha.”

Com informações do Brasil Escola

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Cláudio Pissolito

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