Rodrigo Pereira Alves foi condenado a mais de 40 anos, em regime fechado, por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. Universitária foi morta em Bariri (SP) após receber ajuda para trocar o pneu do carro em setembro de 2019.
A mãe da jovem Mariana Bazza, que foi estuprada e morta após receber ajuda de um desconhecido para trocar o pneu do carro em Bariri, em setembro de 2019, desabafou após saber da condenação do acusado do crime.
Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos, foi condenado nesta terça-feira (25) a 40 anos, 10 meses e 18 dias de prisão pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença proferida pelo juiz Guilherme Eduardo Mendes Tarcia e Fazzio, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Bariri, deve ser publicada no Diário Oficial entre os dias 27 e 28 de setembro.
A partir daí, a defesa do réu e o Ministério Público tem 5 dias para entrar com o recurso ao TJ. Ainda segundo o TJ, O caso segue em segredo de Justiça devido ao crime de estupro.
O julgamento ocorreu 11 meses depois da data em que o corpo de Mariana foi encontrado em um canavial em Ibitinga (SP), em 25 de setembro de 2019.
A mãe da universitária, Marlene Forti Bazza, fez uma postagem em seu perfil nas redes sociais após saber da condenação de Rodrigo. (veja abaixo)
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Na mensagem, Marlene desabafou dizendo que a “justiça foi feita” e descreveu a sentença que Rodrigo teve. A mãe da universitária contou que se sentiu aliviada ao saber que o criminoso pegou a pena máxima.
“Fiquei feliz, pois pegou a pena máxima em regime fechado. Mas sei que mesmo com toda essa pena, nada vai trazê-la de volta e o que mais queria agora era minha filha. A justiça foi feita e agora ele vai pagar todo mal que fez a minha menina.”
A condenação em primeira instância ainda não foi publicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que informou que o caso segue em segredo de Justiça.
A promotora do caso, Gabriela Silva Gonçalves Salvador, informou que o Ministério Público ainda não foi intimado oficialmente da sentença e que assim que isso ocorrer irá se manifestar por meio da assessoria de imprensa do órgão.
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Rodrigo, que está preso desde o dia 25 de setembro do ano passado, quando a jovem foi encontrada morta, foi ouvido pela primeira vez na Justiça em 11 de agosto deste ano, na segunda audiência do julgamento.
O procedimento foi feito por videoconferência por causa da pandemia do coronavírus. Ele prestou depoimento na penitenciária de Serra Azul, onde está preso. Após essa audiência, o TJ informou que o caso seria encaminhado para sentença.
Assassinato da jovem
Mariana desapareceu após sair da academia onde frequentava, em Bariri, no dia 24 de setembro de 2019, e receber ajuda de Rodrigo Pereira Alves para trocar o pneu do carro. Ela foi encontrada morta um dia depois em uma área de canavial em Ibitinga (SP).
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Rodrigo foi preso em Itápolis (SP) e foi denunciado pelo Ministério Público por estupro, latrocínio e ocultação de cadáver. A denúncia foi aceita pela Justiça no dia 10 de outubro.
De acordo com a denúncia do MP, Rodrigo roubou o carro, a carteira da vítima com documentos pessoais, R$ 110 em dinheiro, o celular dela e uma caixa de som. Ele também foi acusado de estupro e ocultação de cadáver.
Ainda de acordo com a denúncia, Rodrigo saiu da chácara para calibrar o pneu com o corpo de Mariana dentro do carro. O laudo necroscópico do IML de Araraquara apontou que a vítima foi estuprada e morta na chácara onde o condenado trabalhava como pintor.
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Ainda de acordo com o MP, Rodrigo é multirreincidente, pois já cumpriu pena de 16 anos por roubo, sequestro, extorsão e latrocínio tentado, e havia saído da cadeia cerca de 30 dias antes do crime contra Mariana.
Ele está preso desde o dia 25 de setembro de 2019. Inicialmente, Rodrigo foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Bauru, mas no dia 26 de setembro foi transferido para a Penitenciária de Iaras. No dia 15 de novembro, ele foi novamente transferido, desta vez para a Penitenciária II de Serra Azul.
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Crime premeditado
Uma câmera de segurança da academia que Mariana frequentava registrou quando Rodrigo se aproximou do carro da vítima e ficou encostado nele durante alguns minutos.
Nesse momento, segundo a polícia e o MP, Rodrigo murchou o pneu do carro para, depois, oferecer ajuda.
Cerca de meia hora depois, quando a jovem saiu da academia e encontrou o pneu vazio, Rodrigo, que estava do outro lado da avenida, começou a gritar para alertar sobre o problema — apesar dele não ter visão nenhuma do pneu vazio, o que reforçou a teoria de que ele premeditou o crime.
Segundo o relato da amiga da vítima, Heloísa Passarello, Rodrigo atravessou a avenida falando sobre o problema e insistindo para que ela aceitasse ajuda.
Nas imagens, é possível ver que Rodrigo e Mariana conversam, quando ele então atravessa a avenida e entra em uma chácara, onde ele trabalhava como pintor.
A amiga de Mariana então deixa o local, e Rodrigo volta e conversa mais um pouco com Mariana, até que ela entra no carro, faz a volta na avenida e entra na chácara.
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No imóvel, o suspeito troca o pneu do carro de Mariana. A jovem chega a fazer uma foto dele trocando o pneu e manda para parentes. (veja abaixo.)
Após a ajuda, o carro de Mariana aparece no vídeo deixando a chácara. A polícia diz que Rodrigo estava na direção do veículo.
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Além da foto, Mariana chegou a mandar mensagens ao namorado. O G1 teve acesso à conversa entre Mariana e Jefferson Vianna.
Nas mensagens enviadas pelo aplicativo WhatsApp, é possível ver que a universitária avisa sobre o pneu furado, os procedimentos que estavam sendo feitos e que recebia ajuda do suspeito.
Mariana e o namorado mantiveram contato até 8h36 do dia em que ela sumiu, 24 de setembro de 2019. Uma das últimas mensagens da jovem foi “terça-feira pesada”.
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FONTE: G1