O desafio da água

Um dos temas preferidos nas campanhas para as eleições municipais será, certamente, a questão do abastecimento de água nas cidades que sofrem com a redução drástica nas torneiras, nos poços artesianos e até mesmo em reservatórios usados como garantia de estoque permanente.

Não por acaso, vários governantes estão se eximindo da responsabilidade de fornecer água às populações, como é o caso do governador Tarcísio de Freitas, que acaba de privatizar a Sabesp, uma empresa pública eficiente e com rentabilidade, provavelmente para não correr o risco de ser responsabilizado pelo desabastecimento.

Em cidades menores a medida se repete, como em Paraguaçu Paulista, cujo serviço municipal de água e esgoto foi privatizado há mais de 15 anos, e agora Ourinhos, que também vendeu o SAE do município a uma recém criada empresa privada sob o argumento de usar os recursos para investir em outros setores.

Entretanto, é bom lembrar que o fornecimento de água é um serviço básico e essencial, absolutamente dependente da questão ambiental, em duas áreas muito sensíveis e que devem necessariamente receber toda atenção e os investimentos da administração pública para manutenção e preservação.

“…a terceirização e a privatização de serviços essenciais revelam incapacidade administrativa ou abstenção de responsabilidades.”

Considerando que o principal poder de uma estrutura democrática é o Executivo, responsável pela gerenciamento dos recursos arrecadados pelos impostos e taxas, a terceirização e a privatização de serviços essenciais revelam incapacidade administrativa ou abstenção de responsabilidades.

Afinal, o eleito para governar deve, necessariamente, possuir a competência e a sensibilidade necessárias ao gerenciamento da máquina pública e o conhecimento de todos os setores para tomar decisões assertivas e, principalmente, salvaguardar o interesse coletivo como premissa básica do princípio democrático.

A questão ambiental, que traz junto a preservação, a proteção e o fornecimento de água potável às populações, será certamente o principal desafio dos futuros governantes que deverão adotar medidas tanto para reversão aos danos causados, como de muito mais proteção aos recursos naturais.

Medidas saneadoras, afirmativas, condizentes com as necessidades imediatas e futuras e sintonizadas com o chamado desenvolvimento sustentável serão cada vez mais exigidas daqueles que ocupam os poderes Judiciário, Legislativo e, principalmente, o Executivo, que não devem se abster do grande desafio da água que se avizinha.

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Cláudio Pissolito

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