O suicídio e o dever do Estado

“…a dita sociedade moderna está criando gerações de pessoas infelizes, estressadas, ansiosas…”

 

A campanha Setembro Amarelo, de prevenção a doenças como a depressão e outros distúrbios que levam ao suicídio, é uma iniciativa bastante positiva no sentido de conscientizar a população para a importância de apoiar as pessoas afetadas e entender que se trata de uma enfermidade e não apenas uma variação de humor. O aumento dos casos de afastamento do trabalho devido a distúrbios emocionais, as vezes considerados irrelevantes ou simples simulação, mostra que a dita sociedade moderna está criando gerações de pessoas infelizes, estressadas, ansiosas e até descompensadas.

Em algumas categorias profissionais, como os policiais militares, por exemplo, existe maior prevalência de casos e a corporação já mantém, há bastante tempo, um serviço médico especializado no atendimento daqueles que são afetados pela grave doença da depressão. Outras atividades, como a dos professores, médicos e jornalistas, incluindo também advogados, já são identificadas como de maior risco, enquanto os moradores de grandes centros ou de regiões mais violentas também são seriamente afetados pela tensão permanente a que são submetidos.

Os valores e os conceitos de vida atuais que valorizam mais a popularidade do indivíduo, a condição econômica, o grupo social a que pertence e os cargos de poder que exerce, mesmo que alcançados por meios escusos, são motivos de agravamento dos comportamentos destrutivos. A degradação do poder político, econômico e social, que quase sempre se contrapõe a princípios morais, éticos e de integridade do caráter, são cada vez mais identificados pelo conjunto da sociedade. Ao valorizar muito mais o ter do que o ser, o abismo social e moral ficam mais evidentes e causa acentuada revolta e indignação nas pessoas.

Outro aspecto a se considerar são as relações pessoais e de grupos menos humanizadas e mais virtuais, criando hordas de titulares de páginas nas redes sociais com milhares de amigos desconhecidos, mas que não conseguem reunir sequer a família nos infortúnios. Afinal, a solidariedade virtual não passa do momento da postagem, enquanto uma visita, uma palavra de conforto ou a ajuda concreta raramente acontecem. Para reverter essa tendência, cabe ao poder público, em todos os níveis, atuar por meio da educação, do investimento em melhor condição de vida com segurança e moradia digna, no apoio social e na oferta de saúde física e mental e, principalmente, na valorização do ser humano de qualquer condição econômica ou social.

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