Praga do século

“…tornou-se premissa manter ativa a identidade virtual para o reconhecimento público…”   

 

O advento da comunicação imediata e permanente por meio da evolução da tecnologia democratizou e ampliou o acesso à informação, modificou a forma de se relacionar e também as interações entre as pessoas, além de facilitar muito a vida daqueles que tem como instrumento de trabalho o saber e o conhecimento possíveis. A informação, antes opcional e voluntária, tornou-se quase que obrigatória e compulsória, pois está presente nas mais variadas plataformas e acessível a praticamente todos os habitantes em quase todas as regiões do planeta transformado em minúscula aldeia digital.

O então misterioso globo terrestre, antes conhecido apenas em mapas e detalhado em livros especializados, hoje aparece em réplica perfeita e animada pelos dispositivos eletrônicos levados na palma da mão e que reproduzem com perfeição cada detalhe de sua formação natural ou da intervenção humana. Da sala de casa, do escritório, no automóvel ou no transporte é possível vagar pelo mundo, visitar cidades e campos, sobrevoar rios e montanhas, explorar florestas e caminhar por ruas e avenidas nos labirintos dos grandes centros urbanos mais distantes. A informação e o acesso se tornaram absolutamente ilimitados.

Junto às facilidades proporcionadas pelos sistemas disponíveis criou-se a necessidade de se comunicar permanentemente, de manter contato com os mais distantes e até monitorar os hábitos de todos pelo acesso às páginas virtuais e aos dispositivos de mensagens de texto, voz e imagens. Além da identidade pessoal, tornou-se premissa manter ativa a identidade virtual para o reconhecimento público e manutenção do contato amplo e irrestrito como meio de inserção no mundo da teoria eletrônica. A vida real foi desnudada, travestida de encantamento e simulação e apresentada como falso cartão de visita em telas iluminadas.

No mais profundo isolamento da solidão é possível manter ativos milhões de amigos que não são reconhecidos e não reconhecem o contato que faz parte de um acervo para ostentação de falsa popularidade. Entre dezenas ou milhões, sequer se sabe o nome do vizinho e muito menos seus verdadeiros anseios, suas aspirações ou seus gostos e desejos. As relações fraternas, as confidências e as cumplicidades foram transformadas em símbolos digitais que expressam enganosos sentimentos e emoções. A tecnologia impregnada como praga do século 21 atende muitas necessidades, mas falseia a verdadeira expressão humana.

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