QUE ESPERANÇA TEMOS NÓS?

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

O mundo vive de esperança em esperança, procurando, em afirmações políticas ou econômicas, a solução para seus dramas e horrores, sem se dar conta de que há um abismo engolindo todos nós: falsas esperanças. Pior de tudo isso é que, quem “vende” esperanças falsas para o mundo, faz isso conscientemente, porque essa é a lógica do mundo da falsidade: a mentira.

O papa Bento XVI, quando escreveu a carta encíclica sobre a esperança, ajudou a Igreja e o Mundo a rever as próprias esperanças

“É na esperança que fomos salvos”: diz São Paulo aos Romanos e a nós também (Rm 8,24).

(…) devemos escutar com um pouco mais de atenção o testemunho da Bíblia sobre a esperança. Esta é, de fato, uma palavra central da fé bíblica, a ponto de, em várias passagens, ser possível intercambiar os termos “fé” e “esperança”. Assim, a Carta aos Hebreus liga estreitamente a “plenitude da fé” (10,22) com a “imutável profissão da esperança” (10,23). De igual modo, quando a Primeira Carta de Pedro exorta os cristãos a estarem sempre prontos a responder a propósito do logos – o sentido e a razão – da sua esperança (3,15), “esperança” equivale a “fé”. Quão determinante se revelasse para a consciência dos primeiros cristãos o fato de terem recebido o dom de uma esperança fidedigna, manifesta-se também nos textos onde se compara a existência cristã com a vida anterior à fé ou com a situação dos adeptos de outras religiões. Paulo lembra aos Efésios que, antes do seu encontro com Cristo, estavam “sem esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2,12). Naturalmente, ele sabe que eles tinham seguido deuses, que tiveram uma religião, mas os seus deuses revelaram-se discutíveis e, dos seus mitos contraditórios, não emanava qualquer esperança. Apesar de terem deuses, estavam “sem Deus” e, conseqüentemente, achavam-se num mundo tenebroso, perante um futuro obscuro (1Ts 4,13). Aparece aqui também como elemento distintivo dos cristãos o fato de estes terem um futuro: não é que conheçam em detalhe o que os espera, mas sabem em termos gerais que a sua vida não acaba no vazio. Somente quando o futuro é certo como realidade positiva, é que se torna vivível também o presente. Sendo assim, podemos agora dizer: o cristianismo não era apenas uma “boa nova”, ou seja, uma comunicação de conteúdos até então ignorados. (…) o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova.

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