Com os termômetros marcando altas temperaturas, os tutores procuram alternativas para combater os efeitos do calor para os pets.
As ondas de altas temperaturas pelas quais o Brasil vem passando fazem com que os tutores de cães com pelagem densa optem quase que instantaneamente pela tosa do animal, pensando sempre no bem-estar do companheiro.
Apesar da escolha parecer lógica, tosar ou não pode trazer riscos à saúde do animal e é uma decisão que deve ser tomada junto de um especialista veterinário.
Em entrevista ao g1, a dermatologista veterinária Ana Camila Turini, de Jaú (SP), explica que a pelagem do animal não é responsável por “esquentar” o corpo, e sim por isolá-lo termicamente.
“O pelo age como isolante térmico, tanto do calor quanto do frio. Então, em um ambiente com temperaturas mais altas, ele não vai deixar o calor chegar até a pele do animal. O ideal em cães de pelo de médio a longo é não tosar e sim manter ele no tamanho original.”, explica Ana Camila.
A médica veterinária ainda salienta que a única exceção à regra são as tosa higiênicas, que devem sim ser feitas e intensificadas durante o verão. A técnica consiste na remoção parcial dos pelos nas regiões de acúmulo de sujeira, como patas, rosto e próximo das partes íntimas.
Ana Camila explica que o corpo dos cães já tem um mecanismo natural de diminuição de pelos no verão baseado no diminuição de pelos secundários do animal.
“A pelagem canina é composta por pelos primários e secundários. Em um único folículo, existem um ou dois pelos primários, que são mais grossos, e em torno de 18 pelos secundários. No verão, os pelos secundários diminuem de quantidade para 10 a 12, o que ajuda na temperatura corporal do cão.”, salienta a veterinária.
Perigos da tosa
Cachorros de pelagem dupla, como o Samoieda, têm mais chances de ser acometidos pela alopecia pós-tosa — Foto: Shutterstock
Além de expor a pele do animal à radiação solar, algo para a qual ela não está preparada e pode acarretar em queimaduras, a tosa excessiva pode resultar em casos de alopecia pós-tosa.
O nome é dado à ausência ou perda de pelagem, que pode ocorrer de forma localizada ou generalizada, temporária ou permanente, depois da tosa.
A condição também pode provocar ressecamento da pele e tornar os pelos opacos e quebradiços.
Cuidados com o calor
Há cuidados também a tomar para proteger os pets do calor extremo — Foto: GETTY IMAGES/BBC
A dermatologista veterinária defende que outras técnicas devem ser adotadas pelos tutores para amenizar o calor dos animais no lugar da tosa. Confira:
- ☀️ Manter o animal em local fresco e longe do sol, que mesmo com a pelagem, podem causar queimaduras;
- 🏖️ Evitar também passear com os cachorros em horários quentes ou levá-los à praia;
- 🧊 Oferecer água gelada e limpa ao animal;
- 🚿 Aumentar a frequência dos banhos sem uso de ar quente para secar os pelos;
- 🐾 Molhar as patas e abdômen do cão com água gelada.
Fonte: G1