Uma onça-parda morreu atropelada durante a madrugada de terça-feira (11/03) em Ibirarema. O animal silvestre, que supostamente foi atingido por um veículo quando atravessava a pista no sentido Oeste (capital-interior), estava no acostamento do quilômetro 407,8 da rodovia Raposo Tavares, em frente ao Distrito Industrial ibiraremense.
Segundo informação passadas ao JC pela assessoria de imprensa da Cart, concessionária que administra a rodovia, uma equipe fez o atendimento à ocorrência por volta das 6h30 para fazer a remoção do corpo e o sepultamento da onça-parda. Não havia informação sobre o tipo de veículo envolvido no acidente.
“A Concessionária reforça a orientação para que os motoristas redobrem a atenção ao trafegar por áreas próximas a vegetações e respeitem os limites de velocidade”, diz trecho de nota enviada pela Cart. Vídeo do animal morto no acostamento da Raposo, que foi produzido por internautas, foi compartilhado pelo perfil Ibirarema Acontece no Facebook.
OUTRAS OCORRÊNCIAS – Em 30 de janeiro, outra onça-parda foi morta por atropelamento na rodovia Francisco Gabriel da Mota, que faz a ligação entre a cidade de Cândido Mota e a rodovia Raposo Tavares. A espécie, que é um felino de grande porte, tem ocorrência comum na zona rural de municípios da região, incluindo com ataques registrados em propriedades rurais de Palmital no ano passado.
No ano passado, a presença de uma onça-parda na região da Água Parada, nas proximidades da zona urbana, assustou a população de Palmital. Em meados de junho, na propriedade da família Brotto, o felino matou um pitbull e causou sérios ferimentos no rosto de uma cadela rotweiller, que necessitou de cirurgia e ficou mais de um mês internada em clínica veterinária para recuperação.
Um segundo ataque, em 19 de agosto, ocorreu em chácara atrás do antigo São Paulo Clube de Campo, ao lado do CDHU Miguel Huertas, onde a onça-parda matou sete porcos, além de desaparecer com outros três suínos. Em 13 de novembro do ano passado, em sítio na Água Nova, o felino atacou galinhas e patos. A ação foi filmada por câmeras de segurança para comprovar a presença do animal em propriedades rurais de Palmital.
FELINO – A onça-parda (Puma concolor) é o segundo maior felino do Brasil. Este animal ocorre em uma ampla variedade de hábitats nas américas do Sul, Central e do Norte. Atualmente, tem sido cada vez mais frequentes os relatos de aproximação deste animal com o ser humano. Ela também recebe, dependendo da região, as denominações de onça-vermelha, suçuarana e leão-baio.
Ela está filogeneticamente e evolutivamente relacionada a uma espécie de pequeno felino, o jaguarundi (Puma yagouaroundi). Quando adultos, o comprimento total varia de 1,5 e 2,75 m e o peso de 22 a 70 kg. O tamanho dos indivíduos varia em relação à latitude, com tendência a corpos menores nas populações da região do equador e maiores na medida em que se aproximam dos polos.
A coloração do pelo pode variar de marrom-acinzentada claro a marrom-avermelhado escuro, com manchas mais claras na parte de baixo do corpo. A onça-parda chama atenção por sua agilidade. Suas patas posteriores, proporcionalmente as maiores entre os felinos, permitem ao animal realizar grandes saltos, tanto em distância quanto em altura, além de atingir grandes velocidades em distâncias curtas, escalar com exímia destreza e, eventualmente, deslocar-se com facilidade na copa das árvores.
É um animal solitário, porém na época reprodutiva casais podem ser vistos. Também podem ser observados com outros da espécie quando são encontrados irmãos jovens em período pré-dispersão ou mãe com filhotes jovens. Nestes casos podem ser observadas três ou quatro onças juntas.
A alimentação é composta por uma grande diversidade de animais, incluindo desde presas de grande porte, como veados, e de pequeno porte, como roedores e até mesmo invertebrados. No Brasil, a dieta da onça é composta quase que exclusivamente de animais de pequeno a médio porte. Atribui-se isto à competição com a onça-pintada.