O prefeito da cidade de Marília, Vinicius Camarinha, cortou uma série de cabos ligados a radares de velocidade, em uma ação que o próprio definiu como uma medida para “combater a indústria da multa”. Segundo o próprio prefeito, “não houve estudos técnicos exigidos em lei para a instalação dos radares, feita pelo ex-prefeito”, Daniel Alonso (PSDB).
“Com sinceridade, eu não acredito no radar como um instrumento de educação de trânsito. E eu fiquei convencido disso ouvindo a população nas eleições. Eu vi muito cabeleireiro, motorista de aplicativo, agricultor, gente simples que foi multada por estar distraído e não por estar em alta velocidade”, disse o prefeito nesta sexta ao Morning Show, da Rádio Jovem Pan.
O prefeito afirmou que as multas impuseram “um sofrimento financeiro ao povo”, uma vez que mais de 80 mil teriam, segundo ele, sido emitidas — sem especificar em qual período de tempo.
“Isso não é justo. Está punindo o povo. A gente não aguenta mais o Estado enfiando a mão na carteira nossa, ninguém suporta mais. E eu tomei a decisão: ‘Olha, se eu for eleito, eu vou tomar essa decisão’. Aí, depois tive números graves que foram indícios de outras coisas que foram mal instalados, sem nenhum estudo. Aí a gente tomou essa decisão”, afirmou, dizendo que “não esperava que isso fosse tomar tanta repercussão”.
No local, ele afirmou, na ocasião, que se tratava de um ato “simbólico”, uma vez que a prefeitura já havia publicado no início do mês a suspensão do uso dos aparelhos no Diário Oficial do Município. Camarinha pediu, no entanto, que a população tenha “bom senso com o limite de velocidade” na cidade.
Procurada pela reportagem, a prefeitura não se manifestou sobre o episódio até o momento desta publicação.
Fonte: O Globo