Não foi fácil para a família de comerciante Yara Siqueira, 23 anos, optar pela doação de seus órgãos. Os parentes ainda se recuperam da morte do irmão dela, Igor Siqueira da Silva Correia, também por acidente de moto Assis no dia 26 de março de 2014,
Foi a tia paterna da vítima, Eliane da Silva Correia, que optou pela doação e levou a ideia para a mãe dela no início da noite de segunda-feira (29/07), após a confirmação da morte encefálica da jovem. Ela falou exclusivamente com Abordagem Notícias sobre como a decisão foi difícil.
“Desde ontem cedo já sabíamos da morte cerebral, mas foi por volta das 17 horas que os últimos testes foram feitos e comprovaram o que a gente não queria nunca acreditar. De manhã, me perguntaram, no hospital, se havia a possibilidade de doação, e a princípio eu não queria de jeito nenhum. Está sendo uma dor inexplicável ter perdido meus dois sobrinhos (Yara e Igor), tão novos, tão cheios de planos e de vida”, desabafou ela visivelmente abalada.
Elaine contou que autorizou a doação de vários órgãos, como rins, coração, córneas, pâncreas e o que mais servir, não como pesquisa, mas para salvar a vida de pessoas que esperam na fila por transplantes. “Foi muito difícil autorizar, mas se é para salvar outras vidas, achei que deveria. Se fosse para pesquisa científica, apenas, não aceitaria. Eu não queria, mas à tarde, conversando com minha cunhada (mãe de Yara), falei que tomei outra decisão e não sabia se concordaria comigo, mas ela disse sim. Do mesmo jeito que estamos sofrendo agora, sem ela (Yara) tem alguém sofrendo pela necessidade de um dos órgãos que podemos doar. Quando fui me despedir, hoje, na UTI, chegou a bater arrependimento pela doação que autorizei, e chorei bastante, pois não sabia se estava fazendo a coisa certa”, desabafou.
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Em um trabalho de horas, que começou por volta das 11h, até às 14h tinham sido captados os rins e o fígado. Pouco depois, chegou ao Hospital Regional de Assis a equipe do Banco de Ossos Unioss, da cidade de Marília. Não foi possível, no momento das captações, saber para onde irão os órgãos. Yara morava com a mãe e a filha, de apenas três anos. A criança, fruto do primeiro casamento da jovem, permanecerá com a avó, conforme disse a tia Eliane.
Yara sofreu acidente na noite de sábado no quilômetro 425 da Raposo Tavares, em Palmital. Ela conduzia sua moto, uma Honda Fan preta, que teve um pneu estourado nas proximidades do trevo de acesso a Platina. Seu namorado, o ajudante geral Marcelo Santos Rodrigues de Almeida, de 19 anos, sofreu ferimentos leves. O velório da jovem está acontecendo na Catedral de Assis e o sepultamento está previsto para a quarta-feira (31/07) no Cemitério da Saudade, em Assis.
Com informações do Abordagem Notícias