A falsa modernidade viária

“…atuação do Estado, ou do Governo, na defesa do interesse privado…”

Como forma de justificar a privatização de rodovias, medida que garante lucros às concessionárias e custo elevado aos motoristas, o Governo de São Paulo anuncia a adoção da metodologia internacional iRAP (International Road Assessment Programme) na gestão de segurança viária de 285 quilômetros de rodovias do interior paulista, chamada agora de Lote Paranapanema.

Entre as medidas propagandeadas estão defensas e barreiras, reforço da sinalização horizontal e vertical e implantação de ciclofaixas e sonorizadores em trechos de maior tráfego, que representam o mínimo que uma rodovia pedagiada deve oferecer.

Todos os “benefícios” bancados de forma duplicada pelo contribuinte, que paga impostos e é obrigado a também pagar para exercer o sagrado direito de ir e vir, não passam de obrigações básicas da gestão responsável de uma rodovia onde circulam valores e muitas vidas.

A modernização que se constata de fato está nas praças de pedágio, que começaram com o sistema de pagamento em dinheiro, ganharam o sistema de “tags” e agora de cartão de crédito, chegando ao “freeflow”, que obriga o usuário a se virar para pagar pelo serviço que deveria ser gratuito, sob pena de multa e pontos na carteira.

A aplicação de multa e a punição ao motorista que passa por um sistema de pedágio sem perceber revela a atuação do Estado, ou do Governo, na defesa do interesse privado, que deveria arcar com a responsabilidade de, ao menos, facilitar a vida dos usuários das rodovias.

Em vez de defender os contribuintes, onerados duplamente para trabalhar, cuidar da saúde, transportar alimentos e até para passear, o Estado prefere facilitar a gestão das concessionárias das rodovias que administram um serviço público para obter lucro às custas da oneração do transporte.

Para citar apenas um exemplo de falta de interesse em modernizar as rodovias pedagiadas, lembramos da promessa feita pela Cart, empresa concessionária que administra o chamado “Corredor Raposo Tavares”, de instalar sistemas de proteção para a passagem de animais silvestres, comuns em todos os trechos das rodovias.

Passado o tempo e esquecido o projeto, não se vê qualquer medida neste sentido, seja por meio de passarelas sobre as pistas ou de túneis subterrâneos, equipamentos que também não estão listados nos benefícios prometidos e alardeados para as novas rodovias entregues à exploração da iniciativa privada.

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Cláudio Pissolito

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