A atual geração do Fusca está se despedindo, sendo essa a terceira. Mas, o clássico e icônico carro da Volkswagen fez sucesso mesmo na primeira, aquela que surgiu nos anos 30 e que conquistou mais de 20 milhões de pessoas após a Segunda Guerra, um produto que ajudou a motorizar meio mundo, em especial o Brasil.
Entretanto, o Fusca que conhecemos ainda gerava uma dor de cabeça para a Volkswagen, não no sentido de sua existência, pelo contrário, a marca deve tudo a ele. A questão é sobre seu famoso desenho, aquele inspirado no besouro. Ele não foi criado por Ferdinand Porsche, como muita gente pode imaginar.
Em realidade, o designer que criou o KdF-Wagen, que originou o Käfer, Beetle, Coccinelle, Vocho e o nosso amado Fusca, foi Erwin Komenda. Austríaco, ele não só fez o VW, mas também alguns modelos da própria Porsche. Falecido em 1966, Komenda volta a ser notícia, mas através de sua filha.
Ela moveu uma ação indenizatória de € 5 milhões contra a Volkswagen, alegando que a montadora utilizou o estilo original do Fusca em suas três gerações. Ela alegava ter direitos autorais sobre o desenho do carro, pedindo assim o pagamento desse valor.
A filha de Komenda também alegou que o desenho desempenho papel fundamental no sucesso do modelo ao longo dos últimos 70 anos. A ação havia sido registrada no tribunal de justiça de Brunswick, Alemanha. Após examinar os desenhos originais de Komenda, comparando-os com o KdF-Wagen, o tribunal alegou que não havia relação entre eles.
Assim, decidiu que os direitos autorais do Fusca não pertencem à autora da ação, herdeira de seu pai, mas ao fabricante alemão de Wolfsburg. Historicamente, Erwin Komenda havia iniciado sua carreira na fábrica de carrocerias Steyr nos anos 20, onde conhecera Porsche, depois deste ter saído da Daimler-Benz.
Entre 29 e 31, ele foi designer-chefe da Daimler-Benz e saiu para trabalhar no escritório de projetos de Porsche, onde teria participado do desenvolvimento do Typ 60, que originou o KdF-Wagen. Komenda foi o responsável pelo design dos primeiros carros da Porsche, como os 356 e 550 Spyder, bem como o 901, que originou o 911. Neste, ele teria entrado em atrito com a família do fabricante, mas continuou na empresa até sua morte.