Segundo o livro “Palmital Centenária – Dos picadões à Internet 1920-2020“–, do jornalista Cláudio Pissolito, a história da fundação da Vila do Palmital, a partir da Fazenda Palmital, que completa 138 anos no feriado municipal do padroeiro São Sebastião, neste sábado, 20 de janeiro, se confunde com o desbravamento do sertão do Paranapanema.
A chamada Frente Pioneira, de meados do século 19, foi utilizada para acelerar a ocupação sobre áreas indígenas abrindo picadões e estradas para habitar os chamados “territórios desconhecidos”, onde se encontrava o Vale do Paranapanema, a partir da Vila de Botucatu, a última do Oeste Paulista, chamada de Boca do Sertão do Paranapanema.
Com o registro de grandes glebas feitos pelo pioneiro José Theodoro de Souza e seus parentes, depois vendidas em fazendas menores, foi iniciada a colonização da região da Fazenda Palmital, entre os rios Palmitalzinho e Pary-Veado, que depois foi dividida em lotes criando um dos mais longos litígios fundiários do Brasil.
Já o processo de desenvolvimento rural e urbano foi iniciado em 1886, quando os agricultores João Batista de Oliveira Aranha, de São Manoel, se instalou na Água dos Aranhas, Salvador Ricci foi pioneiro na região de Sussuí e Joaquim Silvério da Cruz desbravou a Água Clara.
Na mesma época, surgiu o aglomerado urbano que caracterizou a Vila do Palmital, pertencente ao município de São José do Rio Novo (Campos Novos) e ao Distrito de Saltinho (Platina), iniciado pelo fazendeiro Francisco Severino da Costa, que loteou uma gleba onde hoje é o centro da cidade e foi construída a Igreja de São Sebastião, por iniciativa de Cândido Dias de Mello, o Candinho de Mello, o primeiro hotel, por Licério Nazareth de Azevedo e o primeiro comércio, por Elias Cheddid.
Portanto, o aniversário de 138 anos de Palmital refere-se ao surgimento da Vila do Palmital, nome atribuído a partir da existência da Fazenda Palmital, e que pertencia ao Distrito de Saltinho (Platina) e ao Município de São José do Rio Novo (Campos Novos). O Município de Palmital só foi instalado 34 anos depois, em 21 de abril de 1920, quando se comemora o aniversário da Palmital emancipada.
Em 1913, os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana alcançaram Palmital e criaram um posto ferroviário que posteriormente foi transformado em um complexo com estação e galpões. Como sede de município autônomo a partir de 1920, Palmital se tornou importante centro comercial, com aspecto de cidade pioneira numa região essencialmente agrícola. Na década de 20, tinha produção cafeeira muito maior do que Assis.
Em 1942, a produção sofreu uma queda em decorrência do desgaste do solo e com as fortes geadas que causaram muitos prejuízos aos agricultores e comerciantes. A perda dos cafezais levou os agricultores a iniciarem a migração para outras culturas como mamona, milho, arroz, cana-de-açúcar e feijão.
Mesmo assim, até 1968 o café foi a base econômica do município, que depois passou por processo de mecanização da agricultura para o plantio da soja, milho e trigo. Paralelamente, foram instalados alambiques que tornaram Palmital um dos principais fabricantes de aguardente de cana, quando foram instaladas também as pequenas indústrias de móveis e de derivados da mandioca.
Atualmente, a produção agrícola é predominantemente e dividida entre duas culturas: a soja, nos meses de verão, e o milho, no inverno. Também se sobressai a cultura da cana-de-açúcar, além da mandioca e da banana, que servem de matéria-prima para as agroindústrias.