Ainda que seja muito doloroso, é preciso admitir que, assim como os demais animais que habitam o planeta, o homem não apresenta qualquer evolução nos aspectos individual, social e psicológico, pois mantém o mesmo padrão comportamental das tribos e dos grupos familiares pré-históricos.
Mesmo com o desenvolvimento das técnicas para otimizar tarefas, que culminaram em duas grandes invenções: a roda, que facilitou a locomoção de grandes volumes, e o fogo, que permitiu a caça noturna, cozinhar alimentos e espantar predadores, o comportamento humano se mantém estável ao longo dos tempos.
O individualismo, que torna o humano um animal bastante egocêntrico, focado em si mesmo; a defesa dos grupos familiares e sociais, mesmo à custa da paz alheia; assim como todas as formas de engodos, farsas e deslealdades para auferir vantagens, independente de prejudicar terceiros, são características do comportamento mantido ao longo da história da humanidade.
À convivência desrespeitosa, egoísta e sem qualquer empatia quando se trata da defesa do interesse próprio, soma-se à eterna vontade humana de vencer, dominar e desfrutar do máximo das benesses possíveis, mesmo à custa de invasões e guerras.
“…indivíduo zeloso pela sua moradia ou propriedade particular é o mesmo que não sabe usar o banheiro público…”
O perfil interesseiro, não empático e antissocial continua replicado pela sociedade atual que ainda encontra muita dificuldade em dividir espaços, atuar em colaboração, abrir mão de vantagens pessoais e de grupos e respeitar os limites dos direitos alheios.
Os exemplos da falta de evolução no sentido primário da convivência harmoniosa se apresentam diariamente no comportamento privado do ser humano, aquele que de fato revela o caráter do indivíduo e dos grupos.
O indivíduo zeloso pela sua moradia ou propriedade particular é o mesmo que não sabe usar o banheiro público, transformado em pocilga repulsiva para a maioria, assim como não respeita as regras do trânsito, não se preocupa com a limpeza da cidade, age clandestinamente cometendo pequenas infrações, livra-se do lixo de forma irregular e chega ao cúmulo de atirar embalagens, latas e garrafas pelas janelas dos automóveis.
Sem cultivar a empatia e o sentido de convivência social, os indivíduos enganam, furtam, roubam, prevaricam, defendem interesses pessoais e fazem julgamentos muito diferentes, sempre complacentes com seus atos e muito rígidos para com os demais, provando que a civilização ainda não alcançou a civilidade.
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