Eleição da participação popular

“…os cargos públicos não são e não devem ser transformados em possibilidade de emprego ou de melhoria das condições de vida…”

 

Os países com sistemas democráticos representativos mais consolidados, como os Estados Unidos, tem na expressão popular, através do voto, a principal ferramenta de participação do cidadão na escolha de seus dirigentes. Em muitos estados norte-americanos é comum que a comunidade escolha, pelo voto, o Xerife da cidade, que no Brasil corresponde ao Delegado de Polícia, assim como juízes e promotores de justiça. Sem a obrigatoriedade do voto e com regras rígidas para evitar desvios de conduta, o sistema fortalece a democracia e inclui o eleitor como responsável pelos destinos do país.

O Brasil, que pela primeira vez desde a proclamação da República mantém uma sequencia mais longa de eleições diretas para escolha do presidente, começa a experimentar outras formas de participação popular nas decisões de caráter comunitário. A eleição dos membros dos Conselhos Tutelares pelo voto da população é excelente laboratório para verificação dos resultados, assim como uma espécie de exercício democrático ao cidadão que tem o poder de escolher a partir de seus critérios de avaliação. No domingo, todos poderão exercer o direito de escolha.

Entretanto, é sempre bom lembrar que a verdadeira consolidação da democracia impõe que o eleitor seja pragmático e escolha de acordo com critérios técnicos e profissionais. Em vez do coração, é preciso usar a razão, pois os cargos públicos não são e não devem ser transformados em possibilidade de emprego ou de melhoria das condições de vida do pretendente. Coordenado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o processo se inicia muito antes da eleição com a prova que avalia a capacidade dos candidatos. Essa classificação pode e deve ser um dos critérios do eleitor.

Neste domingo, as cidades brasileiras tem mais uma excelente oportunidade de exercer o direito à escolha, mas não se deve usar esse poder para atender demandas pessoais, econômicas, de parentesco, de amizade ou de benemerência. A função do Conselho Tutelar é importante para a sociedade e quanto mais capacitados e proativos seus membros, melhores são os resultados do trabalho. Afinal, já estamos assistindo cada vez menos participação do órgão que poderia ser mais ativo, com capacidade de mediação de conflitos e de análise das situações e, principalmente, coragem e determinação para intervir e enfrentar os desafios que se apresentam.

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Cláudio Pissolito

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