Cheguei à conclusão de que esta profissão é uma estrada com uma encruzilhada a indicar dois caminhos. Uma para a alegria e a outra para a tristeza. E não podemos escolher. Os fatos acontecem e temos que divulgá-los. Depois de quase três décadas já cobri pautas com sorriso nos lábios, mas também já cobri eventos com lágrimas nos olhos.
Diria que o jornalismo hoje trabalha de luto ao pautar as tristezas envolvendo uma pequenina cidade de Minas chamada Brumadinho. Vivendo e aprendendo neste mister encontrei um novo conceito para a palavra HERÓI. Ele se chama Bombeiro. Infelizmente o brasileiro, que na infância tinha como heróis o Super Homem e o Batman, ainda continua destacando jogadores milionários de futebol como seus ídolos, seus heróis prediletos. Ainda não acordaram para as realidades de um país como o nosso onde a irresponsabilidade enluta famílias e faz sofrer os menos favorecidos pela sorte.
Nesta triste história que abala um país onde a irresponsabilidade nada “Vale” para uma empresa que tem esse nome, surge a epopéia de novos heróis que eu os denomino – BOMBEIROS. Uma congregação de heróis tipicamente guiados por ideais nobres e altruístas no emprego da liberdade, fraternidade, sacrifício, coragem e justiça. São indivíduos sem vocação heróica protagonizando atitudes dignas de heróis. Realizam façanhas corajosas sem nenhuma vaidade pessoal pondo em risco à própria vida para salvar a vida de pessoas que nem conhecem.
Homens que mereceriam uma edição especial de um telejornalismo de qualidade que saiba tirar de uma tragédia tantos episódios de amor ao próximo.
Os bombeiros até aqui passavam para a sociedade apenas a figura de uma entidade de Proteção Civil, treinados para atuarem em casos de urgência no apagar de incêndios e no socorro nos grandes e pequenos centros urbanos. Em Brumadinho mostraram para o mundo a que vieram, salvando vidas e saindo da lama da mesma cor do barro que envolveu vivos e mortos.
Os bombeiros são os verdadeiros heróis do Brasil que merecem a homenagem de toda nossa gente.