O ruído feito pelas câmaras municipais em torno do julgamento das contas dos prefeitos auditadas pelo TCE, que emite pareceres favoráveis ou contrários à aprovação, não passa de uma espécie de teatro muito bem montado, ensaiado e apresentado à opinião pública como um ato de elevada responsabilidade. Nos bastidores, o que se faz é avaliar as vantagens e desvantagens de aprovar ou reprovar as contas, sejam elas com muitas restrições e apontamentos ou com pareceres favoráveis. O julgado terá suas contas aprovadas ou rejeitadas de acordo com sua influência política ou pelas negociações com a maioria dos vereadores.
Aquele velho e surrado discurso de vereadores que se dizem legalistas e que afirmam votar sempre de acordo com o Tribunal de Contas, já foi desmentido em inúmeras ocasiões pelos mais variados motivos. Caso emblemático foi o julgamento das contas do então ex-prefeito Beto Leão, que chegaram à Câmara Municipal de Palmital com parecer do Tribunal favorável à aprovação, mas que acabou rejeitada apenas pelos interesses políticos da época, pois muitos não desejavam enfrenta-lo nas urnas e outras composições já estavam sendo feitas. Na Justiça, Beto Leão restabeleceu seu direito político, mas não se candidatou.
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