SERÁ QUE DÁ IBOPE?

Tiago Leifert  é um bom repórter. Tão eficiente que da TV Vanguarda, de São José dos Campos, foi trazido pelo Boni o profissional que reestruturou a Rede Globo para a matriz em São Paulo. Passou por vários setores jornalísticos da emissora até que lhe sobrou o famigerado Big Brother, um suposto programa de entretenimento que não passa de uma contracultura artística. Cada vez que a Globo anuncia um novo BBB restará ao apresentador de plantão, no caso o Tiago Leifert, contar os mortos e feridos além de milhares de alienados colocados em cativeiro. Se a pesquisa que eles mostram for correta, o dado é preocupante. Pessoalmente e como profissional com especialidade em rádio e TV, acho que um pão francês tem mais miolo do que quem dá audiência para a “coisa”.

Admitir que tais shows de realidade sejam hoje os de maior audiência no Brasil seria reconhecer que não passamos de um bando de idiotas. Não acredito que o inusitado modelo, rejeitado na Europa e nos Estados Unidos tenha a audiência que propagam.    Segundo o noticiário, a coisa resume no seguinte. Nessa indigesta culinária – e com o perdão da comparação – coloca-se no mesmo curral um bando de antas que nada têm a dizer. Confina a patota naquela casa da mãe Joana com câmeras espalhadas pelas salas, quartos e banheiros e passam a registrar, além de cenas íntimas, todas as reações daquele agrupamento de antas. Os grunhidos são hipocritamente abafados por apitos, como se o telespectador fosse também uma anta, além de surda, desinformada.

 Confinada na casa, a patota ensina: como perder a dignidade; como semear a discórdia; como faltar com a lealdade; e como tripudiar em cima do adversário em troca de um cachê. À medida que vão sendo eliminados, os dublês de artistas são convidados a dar entrevistas em programas de auditório, e o fazem como se fossem celebridades! Acreditam que já são astros e estrelas.

O sucesso relâmpago vai colocá-los no mesmo ostracismo de onde saíram e com a mesma rapidez com que tiveram seus minutos de glória. Logo ninguém mais se lembrará deles. O BBB é a mais nova versão do festival de besteira que assola este País.  Já não chegam os absurdos que ouvimos nas entrevistas de certos políticos?

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Cláudio Pissolito

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