Há poucos dias comemorou-se sem a divulgação que mereceria o “Dia do Médico” o 18 de outubro, dia consagrado ao evangelista São Lucas que foi médico. Tenho profunda admiração pelos médicos que fazem da profissão um verdadeiro sacerdócio. Na minha trajetória por meio de reportagens conheci alguns e com eles aprendi a admirá-los. Por algumas vezes entrevistei o saudoso Doutor Adib Jatene, quando ministro da Saúde. Anos depois, ao fazer uma consulta em seu consultório na acolhida já foi dizendo: “Eu já o conheço”, disse sorrindo.
Nunca vou me esquecer de uma de suas frases que marcou sua carreira por toda a vida e também a minha vida de repórter. Foi uma frase denúncia. Ele salientou: “Hoje a medicina ensina a cuidar de doenças, mas não ensina a cuidar de doentes”. Frase que marcou sua personalidade humanitária e até hoje é um símbolo ostentado em painéis no HCor, Hospital do Coração fundado por ele. Dra. Maria Helena, cardiologista e Clínico Geral que foi assistente dele é minha médica até hoje. Tem a mesma linha do mestre. Tenho até o celular dela, um anjo de pessoa! Habituado a ler bulas de remédios, liguei para ela a fim de esclarecer uma dúvida. Surpresa! Ela estava na Polônia em um Congresso Médico e eu não sabia caso contrário não teria ligado. Ela atendeu. Sem conhecer o fuso horário, pois poderia ser fora de hora, de madrugada, pedi desculpas. Não se preocupou e esclareceu minha dúvida e ainda desejando um amigável “boa noite”.
Infelizmente certos figurões da medicina só atendem políticos e gente famosa. Pobres jamais entrarão em seus consultórios, pois são profissionais que aprenderam o contrário daquilo que o Dr.Adib Jatene criticou. Sabem cuidar de DOENÇAS, mas não aprenderam a cuidar de GENTE”.
Médicos que não fizeram da medicina um sacerdócio em favor dos doentes no sentido humanitário. Muito triste isso em um país com 13 milhões de pessoas em estado de miséria absoluta e sem assistência à saúde.