FALANDO SÉRIO

            O celular trouxe inúmeras vantagens. Aproximou as distâncias. Falamos hoje com o mundo em questões de segundos. Veio substituir os velhos telegramas via código de Morse que eram instalados nas estações ferroviárias para avisar as partidas dos trens. Substituiu os  telegramas via correios. Acabou com os telefones antigos de manivela. Não vejo novelas, mas pelos trailers mostram como era os telefone nas novelas de época. Nossos antepassados revelam que cada cidadezinha tinha um bar ou um local onde se faziam telefonemas interurbanos com um inconveniente para a época em que viveram. Tinham que aguardar horas e até o dia inteiro para as ligações.

            Hoje com o advento da internet surgiram os celulares que diminuíram essas distâncias facilitando incrivelmente as comunicações. Mas faltou um detalhe. Deveriam trazer uma advertência na caixa: “Use com moderação”. Virou um tormento. Não aproximou as pessoas, mas transformou certos usuários em verdadeiros viciados. Quem caminha pelas ruas da cidade pode contundir facilmente com quem vem em sentido contrario clicando seu celular e lá vai uma trombada. “Desculpe” e continua clicando rua afora.

            Nos consultórios médicos e dentistas na sala de espera ninguém mais pega uma revista para ler. Cada um com seu celular nas mãos. Até o Papa Francisco já criticou, afirmando que nas famílias pai, mãe e filhos cada um com seu aparelhinho ligado interrompendo o que é mais importante  – o diálogo. Pior ainda são certas mensagens via facebook: “Tire tantas cópias e envie para 20 amigos e não se esqueça de me mandar uma para mim”. Pelo amor de Deus não me mandem correntes porque eu não passo para frente. Até a superstição invadiu o contato digital.

            Sem exagero. Uma família, a mulher o marido e um filho estavam na mesa para o almoço. O garoto com o celular nas mãos. A mulher pede ao marido: “Juca, peça a esse menino para largar o celular e almoçar”. O marido que estava  na ponta da mesa sacou o seu celular e respondeu rápido: “Ok Julia. Vou passar um whatsApp  para ele”.

            Parece piada, mas estou falando sério.

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Cláudio Pissolito

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