MINHAS REMINISCÊNCIAS…

    As vezes a saudade bate forte. Dos bancos de pedra do Largo Santo Antonio onde contemplava ruas vizinhas. Saudades não passam. Perpetuam. Saudades da capelinha do Santíssimo na matriz de São Sebastião. Sozinho lá, rezando.Vez ou outra, entrava alguém. Sinto saudades da minha terra, das pequenas coisas com que convivi. Lembro-me de uma esquina, do cinema, de um prédio antigo e da modernidade ocupando seus espaços. Bancos de jardim, feitos de pedra, onde por muitas vezes fiquei lendo os jornais do dia e tomando sol, sonhando que um dia eu deixaria aquele adorado pedaço de  chão, ia embora para falar no rádio na cidade grande.           

            Outros tipos de saudades vão e voltam. Passagens pitorescas quando, escondido, tirei o velho automóvel da marca francesa “Citroen” que meu pai tinha na garagem e cometi a molecagem de sair pela cidade ao volante, sem carteira de habilitação. Cometi apenas um estrago de menor dano atropelando só uma tabuleta de liquidação numa sarjeta, anunciando promoções das Casas Pernambucanas. Naquele tempo não existia essa lei besta da palmada e só levei algumas pela molecagem de sair guiando carro sem distinguir qual seria o pedal do breque e do desembreia. De tudo a gente vai sentindo no peito essa palavra saudade. Umas fazem a gente sorrir como a que relatei de minha barbeiragem ao volante, outras de sentir os olhos molhados. Eu, coroinha, batendo a sineta na missa e segurando o riso ao ver o  outro coleguinha gordinho vestido de vermelho na Santa Missa.

            Gosto da palavra – saudade. Em certa ocasião fiz uma coletânea de pensamentos relacionados com a saudade, de onde extrai verdadeiras pérolas de escritores que escreviam tocando o coração da gente. – Disse-o Lopes Vieira: “Esta palavra saudade – Aquele que a inventou, a primeira vez que a disse – Com certeza chorou”. Já Bastos Tigre a definiu em versos – “Saudade, palavra doce – Que traduz tanto amargor, – “Saudade é como se fosse – Espinho cheirando a flor”. Já o caipira tocou em sua moda de viola cantarolando – Ao longe cortando o espaço – Vai um bando de andorinhas – Que te levam um grande abraço – E muitas saudades minhas.

            Enfim, saudade é  isso: Vem, voa , fica por longe algum tempo, mas depois sempre volta.

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Cláudio Pissolito

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