“…criticar e maldizer garante mais popularidade do que enfrentar os problemas…”
Se a união faz a força, a discórdia enfraquece. Essa afirmativa ilustra muito bem o momento político nacional e, lamentavelmente, também a política municipal, pois nos últimos quase três anos do atual mandato não houve consenso na maioria das decisões do Executivo e do Legislativo de Palmital, que seguem divorciados em ideias e nas propostas. Não obstante ao compartilhamento de palanque nas campanhas para conquistar votos, quando se trata do interesse público o que prevalece é o interesse político-eleitoral. Sem convergência de projetos e diálogo franco e desinteressado, quem perde é a população, enquanto os divergentes agradam seus eleitores.
Repetindo o figurino de inúmeros mandatos, os amigos se tornam inimigos e correligionários se transformam em adversários. Afinal, criticar e maldizer garante mais popularidade do que enfrentar os problemas e é muito mais fácil do que propor soluções viáveis. E, assim, a cidade continua sem a necessária união de forças para garantia do seu desenvolvimento e muito menos para enfrentamento dos inúmeros entraves e obstáculos que devem ser superados para que a política seja de fato exercida com sentido de interesse público e nobreza de propósitos.
A denúncia contra o prefeito, que será votada na segunda-feira, é mais um exemplo da falta de entendimento e de diálogo, pois como se trata de exigir respostas a ofícios, requerimentos e indicações, antes do confronto político deveria haver uma reunião entre representantes do Executivo e do Legislativo para solucionar esse impasse. Adotar como primeira atitude uma medida drástica, de propor a cassação de mandato, afrontando também a maioria dos votos expressados pela vontade popular nas urnas, pode não ser a melhor solução para o futuro da Palmital que chega ao centenário no próximo ano.
Além de prejudicar os trabalhos políticos para melhoria dos indicadores econômicos, sociais e educacionais do município, de afastar lideranças de nível estadual e nacional que não desejam tomar partido nas pendengas locais, a falta de diálogo e entendimento também pode inibir os investidores que desejam aportar recursos em novos negócios da cidade. Afinal, diante de um clima de beligerância e de discórdia permanentes entre lideranças políticas, as atividades empresariais são paralisadas para aguardar o desfecho das decisões que podem mudar o futuro político-administrativo de uma cidade.