Recebi um e-mail pedido uma crônica romântica. Vai lá. A palavra ADEUS tem cinco letras, ou seja, três vogais e duas consoantes. Isso todo mundo sabe. Adoro fazer palavras cruzadas. Cruzar palavras é bastante útil. Descobri romantismo nas palavras cruzadas. Na música cantada nos anos sessenta nos antigos discos de LPs ouvia-se o Francisco Alves cantar: “Adeus, adeus, adeus, cinco letras que choram” Gosto de analisar palavras e os seus significados. Mania que começou em minhas primeiras letras, ainda menino. Pobres professoras de minha infância quando lhes colocava perguntas que nada tinham a ver com a aula.
Um dia perguntei por que ao invés de falar tchau alguns dizem “Adeus”. A paciente professora explicou que Adeus emprega-se como cumprimento, em sinal de despedida. Completou informando que para nós católicos seria o mesmo que dizer “Deus o acompanhe”. Do ponto de vista de gente pequena se dizia “adeusinho”. Então tá. Na literatura brasileira encontramos Adeus Palmeiras da Fonte, de Castro Alves. Tem sentido um tanto esquisito quando se referem a algo que ia tão bem e de repente “Adeus casamento”. Para dizer que um dos dois não agüentou o outro ou a outra. Com certeza, não foram preparados no curso de noivos que, em algum assunto polêmico“ quanto só um dos cônjuges fala o outro deve fingir de surdo e mudo ou de surda e muda. Esse é o segredo para evitar o “Adeus Casamento”. Quem não cuida do carro direito e ele não pega de manhã cedo e tem que chamar a seguradora, com certeza vai ouvir do mecânico “Adeus bateria”, e já vai retirando do veículo da “Porto Seguro” uma nova.
Mas não é disso que esta crônica que se dizia romântica se propôs a dizer. Foi para exaltar uma música que eu adoro que muitas vezes no estúdio da Rádio Globo fiz ouvir e me deliciava com ela. Uma composição do Joel Marques “Não aprendi dizer adeus”.
E vale para concluir esta crônica publicar um trecho da letra desta bela composição do Joel. “Não aprendi dizer adeus, mas tenho que aceitar que amores vem e vão”/ Não tenho nada pra dizer / mas tenho que aceitar que amores vem e vão / Não aprendi dizer adeus / Não sei se vou acostumar /Olhando assim nos olhos seus…”